O Comércio Local é o reflexo da identidade e cultura de uma região, cria emprego, mantém viva a singularidade da sociedade e, ambientalmente, é mais sustentável, defendeu Vasco Lino, da coligação “A Covilhã tem Força”, que propôs o tema Comércio Local para debate na Assembleia Municipal da Covilhã.
Defendendo que também promove a coesão social e no caso da Covilhã dinamiza o centro histórico que, com o seu encerramento ficou abandonado, no que considerou um “ciclo vicioso”.
“Menos residentes, menos comércio, menos atração para viver”, disse, criticando também a opção de permitir a abertura de mais grandes superfícies comercias “no coração da zona nova da cidade”. “Do ponto de vista social e urbanístico não deveria ser preservado para outras finalidades e seguido o exemplo dos Estados Unidos, pioneiro nesta matéria, localizando estas mega unidades em zonas mais periféricas?”, questionou.
Para apoiar o comércio tradicional que ainda resiste, o eleito apontou com soluções que podem ajudar à sua manutenção no centro histórico.
“Criar áreas de circulação de pedonal; rever em baixa os tarifários de estacionamento e promover e ampliar espaços de estacionamento na zona; promover animações e espetáculos de rua, regulares, nas zonas a revitalizar; rever as orientações urbanísticas e, pelo menos, não promover a instalação das catedrais de consumo em zonas nobres do concelho; repensar a circulação automóvel; divulgar e promover o comércio tradicional nas redes sociais e na comunicação social; incentivar a adesão dos comerciantes aos bairros digitais”, apontou Vasco Lino.
Sugestões com que a generalidade dos grupos municipais na Assembleia Municipal da Covilhã concordou.
João Lopes Bernardo (CDS) sublinhou que “o comércio local é a menina dos olhos de qualquer cidade e deve ser tratado como tal”.
Concordando com a intervenção da Vasco Lino sublinha que entre as medidas, a que mais prejudica o Centro Histórico é o estacionamento: “entendo que uma das principais razões porque as pessoas deixam de ir ao centro histórico e ao Pelourinho é a questão do estacionamento”, disse.
A CDU considera que não se devem dissociar medidas de incentivo locais com as políticas nacionais para o setor.
Defende, entre outros, campanhas de promoção do comércio local; organizar campanhas públicas sobre a importância de comprar no comércio local; reduções dos impostos e taxas municipais como isenções e reduções de IMI; acesso preferencial para compras públicos e criar regras para que a autarquia compre, preferencialmente, no comércio Local”, disse Pedro Manquinho.
Da parte do PSD, concordando com o que foi dito, Lino Torgal frisou que em 12 anos de gestão socialista nada se alterou.
“12 anos é muito tempo, é mais de uma década, quais as alterações que se fizeram nessa zona, por exemplo no trânsito, que alterasse a mobilidade naquela zona, onde em vez de carros víssemos pessoas?” Questionou, dizendo que por exemplo, na Rua Direita, “há sempre mais carros que pessoas”.
Hélio Fazendeiro (PS) sublinhou que desde 2013 o executivo tem “consistentemente e paulatinamente desenvolvido uma estratégia de revitalização do centro histórico”, recordando a requalificação do Teatro Municipal, do Centro de Inovação Empresarial e Centro de Inovação Social”, frisando que desta forma “se traz mais gente para o centro e se gera desenvolvimento”.
Apontou que é preciso “intensificar e melhorar as condições de mobilidade no local”. Realçou, ainda, a candidatura da Câmara Municipal da Covilhã e AECBP ao programa Bairros Digitais, que foi aprovada, e que tem 1 milhão de euros, para “apoiar estes espaços” na modernização, bem como modernizar o espaço público. Sobre o estacionamento recorda que “hoje já há um apoio de estacionamento nos silos auto, onde há meia hora grátis para que se possa fazer compras ou tratar de pequenos recados”.
Também Vítor Pereira, presidente da Câmara Municipal da Covilhã, sublinhou ser “uma injustiça” dizer que o seu executivo pouco ou nada fez nesta matéria.
Recordando a requalificação de edifício públicos, também frisou as condições criadas para que os privados invistam no centro histórico.
“É uma injustiça profunda dizer que nada foi feito a esse propósito. Desde a criação de Áreas de Reabilitação Urbana (ARU), desde investimentos utilizando e rentabilizando ao cêntimo fundos comunitários, reabilitámos edifícios importantes que eram propriedade do município. Nas ARU’s proporcionámos condições ímpares para que os privados investissem como investiram”, disse, realçando, por exemplo, o crescimento da restauração no centro da cidade.
Conclui que a reabilitação urbana é morosa, mas “temos dado passos significativos nesse sentido, é um trabalho que todos temos de contribuir para isso, contando sempre com a iniciativa privada”, disse.