Marco Costa, CEO da BNX-Investimentos, grupo proprietário da Garagem de São João, garantiu à Rádio Clube da Covilhã que o edifício será reabilitado até final de 2027.
O responsável falava no final da apresentação das propostas de reabilitação para o “icónico edifício”, feitas por alunos de arquitetura de uma universidade polaca, a Silesian University of Technology.
Aponta que o investimento final, nas obras de reabilitação e na aquisição do imóvel de dos terrenos envolventes, (alguns ainda em negociação) rondará os 4 milhões de euros.
Sustentando que “não há uma ideia final” sobre o que será o edifício no futuro, realça a certeza de que haverá espaços que serão de usufruto público.
“Não há nenhuma ideia formal, mas vamos aproveitar partes dos projetos que hoje aqui foram apresentadas. Estes jovens nunca aqui tinham vindo e há alguns que são um pouco impossíveis de concretizar, mas há ideias que vamos aproveitar”, disse.
Um dos pontos comuns à grande maioria dos projetos apresentados prende-se com espaços dedicados à arte, um caminho que deverá ser seguido: “a ideia é essa, ser um espaço aberto ao público. Independentemente de neste momento ser de comércio e serviços que é o que podemos fazer, pensamos incorporar uma parte de arte, exposições, porque tem uma vista incrível que tem de se aproveitar”, disse.
Na sessão, que decorreu na faculdade de engenharia da UBI, ficou patente, nas palavras dos vários arquitetos que participaram quer portugueses quer polacos, a urgência na reabilitação do edifício, sob pena de este vir sofrer degradações estruturais. O grupo proprietário tem noção dessa urgência.
Garante que já deu entrada com um pedido de estudo prévio na autarquia e que, no máximo em dois anos, pretende ter a reabilitação concluída.
“Vai ser reabilitado, já tem um investimento pesado e temos interesse em reabilitar. Já entregamos um pedido, estamos a acertar algumas questões de outros terrenos e outras coisas para avançar. A grande maioria dos terrenos em volta já nos pertence”, disse. Aponta que há algumas ideias, sendo que a única certeza é que “pelo menos uma parte será aberta ao público para usufruto da cidade”.
Marco Costa falava à reportagem da Rádio Clube da Covilhã no final da sessão de apresentação dos trabalhos vencedores do concurso de ideias para reabilitação da Garagem de São João.
Hélio Fazendeiro, que esteve presente na sessão em representação da Câmara Municipal da Covilhã, mostrou-se satisfeito com a “iniciativa da UBI, dos alunos e professores, bem como a vontade do proprietário em envolver a academia no pensamento e na construção de ideias para uma futura reabilitação de um edifício tão icónico e emblemático como a Garagem de São João é sem dúvida um elemento muito positivo”, realçando que “tivemos aqui várias ideias que certamente podem ajudar a definir melhor o caminho a seguir”, disse.
Realça que “nas reabilitações já feitas e em curso, quer de edifícios, quer do espaço público, o Município da Covilhã tem procurado ser um agente promotor da reabilitação e facilitador dos investidores que desejem recuperar edifícios privados no concelho”.
No caso concreto da Garagem de São João tratando-se de um imóvel privado, o que “a Câmara Municipal deseja é que essa reabilitação possa ocorrer o mais breve possível”, com “um projeto que dignifique e acrescente valor ao edifício e ao espaço urbano envolvente”.
Concluiu que da parte do Município, garante que se continuará “a trabalhar para que os investidores sintam e percebam que a Covilhã tem as melhores condições para acolher os seus investimentos e projetos, e que têm na Autarquia uma entidade parceria que lhes dá respostas céleres e que tudo fará para contribuir para que esses projetos sejam desenvolvidos e cheguem a bom porto”.
Os projetos foram feitos por alunos de arquitetura da Silesian University of Technology, da Polónia, com o apoio da BNX – Investimentos, proprietário do edifício.
Participaram na sessão Magdalena Żmudzińska-Nowak, Presidente do Departamento de Teoria, Design e História da Arquitetura da SUT e Professora de Conservation Design Studio e Magdalena Wałek, Professora de Conservation Design Studio no Departamento de Teoria, Design e História da Arquitetura da SUT, Carolina Batista, arquiteta da Câmara Municipal da Covilhã e Hélio Fazendeiro em representação da Câmara Municipal da Covilhã.
Estiveram ainda presentes as alunas vencedoras ex-aequo: Paulina Miszczak, Karolina Supron, Dorota Cichoń e Aleksandra Chylak.
Sobre os projetos vencedores, ambos apontam a utilização pública do edifício, com áreas de quartos para estudantes, espaços de coworking e como denominador comum uma aposta na arte, sendo que um deles tem mesmo o nome de “Beco das Artes”, apontando para um aproveitamento onde sobressaem conceitos como cultura/Arte e Educação.
Áreas de serviços, jardins verticais, piscinas, SPAs, espaços para respostas sociais, terraços superiores para aproveitar a vista, um hospital oncológico, uma “oficina de arte” para transformar carrinhas em arte, foram algumas das muitas sugestões que foram apresentadas pelos alunos.
Como denominador comum, o estudo da área envolvente e o realçar que se trata de um edifício que liga a cidade antiga, na zona acima do edifício, e a cidade nova, na zona mais abaixo, sendo este um “ponto de ligação entre as duas”.