Aquisição de autocarros elétricos e revisão orçamental sem consenso na Assembleia Municipal de Belmonte

A aquisição de dois autocarros elétricos, de 39 lugares, e a revisão orçamental, para incorporar o saldo de gerência do ano passado e que levou a uma modificação no orçamento aprovado para 2025, foram dois pontos que mereceram a crítica do Grupo Municipal do PSD na Assembleia Municipal de Belmonte.

No caso das viaturas António Marques, líder da bancada laranja e especialista em transição energética e descarbonização, defendeu que esta não pode ser feita a qualquer custo, apontando que a aquisição proposta é “inaceitável” e uma “irresponsabilidade”


“A proposta que aqui chega, de aceitar um compromisso que pode chegar aos 900 mil euros por duas viaturas é, na verdade, inaceitável. Cada lugar custa 20 mil euros”, apontou, dando conta que há viaturas no mercado, de 9 lugares, mais flexíveis, com preços a rondar os 50 mil euros. “É uma irresponsabilidade aprovar esta proposta”, vincou.

Sublinha que “não está em causa, de nenhuma forma, ser contra a transição, mas sim ser a favor de uma transição responsável”, apontou também o eleito.

Paulo Borralhinho, vice-presidente da autarquia, que substituiu na reunião o presidente por estar em férias, explicou que o encargo para a autarquia não é tão elevado, uma vez que tem assegurado o financiamento da verba que paga a mais por se tratar de veículos elétricos. Aponta que os dois autocarros ficarão, entre outros, ao serviço dos transportes escolares do concelho que são da responsabilidade da Câmara Municipal.

Paulo Borralhinho explicou que esta decisão está tomada, o que falta decidir é se a autarquia avança sozinha com a compra ou se entrega a aquisição à ENERAREA, que irá promover a aquisição de viaturas para outros municípios, conseguindo assim melhores condições para a compra.

O PSD mesmo com as explicações votou contra a proposta, que foi aprovada com os votos favoráveis da CDU e PS.

A revisão orçamental foi aprovada com a abstenção do PSD e CDU. A bancada laranja acusou a gestão socialista do município de estar a reforçar rubricas de gestão corrente, em detrimento de áreas de investimento, nomeadamente a verba destinada a habitação para custos acessíveis, o que denota “uma grave inversão de prioridades”, sublinhou Tiago Gaspar.

O PS, detalhou Luís António, por considerar que o orçamento “é uma previsão” e que é natural que tenha alterações, votou favoravelmente a proposta da autarquia.

A Assembleia Municipal de Belmonte reuniu na sexta-feira, dia 27.