O maestro Bruno Borralhinho, diretor artístico do Concurso Internacional Júlio Cardona, que lançou o desafio à Câmara Municipal da Covilhã para avançar com esta iniciativa, destaca a elevadíssima qualidade dos concorrentes presentes nas provas finais, e uma organização que “funcionou como um relógio”, como pontos chave para o sucesso desta edição.
Vinca que os elevados padrões que queria atingir foram conseguidos, havendo, por isso, boas bases para o futuro do concurso que se desenvolve nas categorias de Piano, Violino e Flauta.
“Estamos muitos felizes com os resultados, já sabíamos, pela pré-seleção, que o nível ia ser muito bom, mas a verdade é que foi excedido porque tivemos finais com um nível altíssimo”, disse à RCC.
O maestro sublinha que “para uma cidade pequena do interior, num país pequeno, fazer um concurso com esta dimensão e com este nível prova que vale a pena, e a mim deixa-me muito feliz, o resto quem o faz são os concorrentes. Num concurso o mais importante são os concorrentes e eles estão a ser fantásticos”, disse
Bruno Borralhinho falava à RCC ontem, dia 28, dia de finais nas diversas categorias, e recordou que desde o primeiro minuto pugnou para que a qualidade imperasse nesta iniciativa, para “prestigiar o nome da cidade e para que todos os que visitam a cidade nestes dias, desde concorrentes a membros do júri, levem uma boa imagem da Covilhã e da organização”.
Realça que desde o primeiro momento correu muito bem, e, apesar dos “prémios monetários modestos e um orçamento modesto” o concurso excedeu as expectativas.
O responsável sublinha que no futuro o concurso poderá evoluir para outras atividades paralelas, como concertos e masterclasses para envolver a comunidade e o público.
Uma opinião também partilhada por Regina Gouveia, vereadora com o Pelouro da Cultura na Câmara Municipal da Covilhã.
“É isso que se pretende, este ano o Maestro concentrou-se no que era o concurso em si, mas é obvio que queremos desenvolver o programa com outras iniciativas dentro dele”, disse a autarca, que se mostrou “orgulhosa” do trabalho feito nesta primeira edição, tanto pela organização, a cargo da Câmara Municipal, como pela direção artística.
Regina Gouveia sublinha que se pretende maior interação com as escolas de música, como a EPABI e o Conservatório, mas sem esquecer a filarmonia relevante no concelho, apontando que “poderão existir ofertas que potenciam a ligação destas estruturas ao concurso”.
Sobre o futuro, não tem dúvidas que as bases estão lançadas para que a tradição que a Covilhã tem em organizar grandes concursos de música, como o Concurso de Instrumentos de Arco Júlio Cardona e o Concurso de Piano Cidade da Covilhã, seja retomada.
Recordar após a pré-seleção chegaram à fase final, que decorreu entre dias 25 e 28 de junho no Teatro Municipal da Covilhã, 21 concorrentes de 14 nacionalidades, nomeadamente Portugal, Espanha, França, Itália, Reino Unido, Suécia, Eslovénia, Polónia, Ucrânia, Rússia, Japão, Coreia do Sul, Cuba e Estados Unidos da América.
Foram atribuídos prémios monetários nos valores de €2.000 e €500 em cada categoria, além de menções honrosas e de um prémio especial para o melhor executante da peça obrigatória em cada categoria.