Para a oposição na Câmara Municipal da Covilhã a Revisão Orçamental Modificativa aprovada na reunião extraordinária do executivo, na segunda-feira dia 23, tem por objetivo desistir de obras para canalizar verbas para festividades com fins eleitoralistas.
Vítor Pereira, presidente da autarquia, nega tal acusação e explica que um dos objetivos é a compra de matérias primas, principalmente as necessárias para dotar os serviços operativos do material necessário para realizar as obras que deixam de ser feitas através de empreitada para passarem para a alçada da Câmara.
O autarca reitera que a decisão tem por base a diretriz do Tribunal de Contas, que existe desde março, e que obriga que todos os contratos superiores a 400 mil euros terem revisão de preço, através da contratação de empresas externa, por de concurso público, o significa “mais atrasos”.
“Se é certo que algumas já não se conseguem fazer durante este exercício, nomeadamente o troço do TCT entre o Canhoso e a Covilhã. Dado o elevadíssimo valor tem não acreditamos que fosse possível, porque o Tribunal de Contas, assoberbado que está com trabalho, não iria decidir, então, porque não alocar parte desse dinheiro na aquisição de matérias primas, como massas asfálticas, areias e outros, para que as nossas brigadas possam realizar obras”, detalhou.
Frisa que uma dessas obras é a estrada que liga a rotunda do Ferro à Ponte de Alvares, cujo projeto fica pronto para realizar no futuro, mas que para já vai avançar com meios próprios.
“O projeto e tudo formalmente está preparado para que o próximo Presidente da Câmara possa lançar esta obra de imediato, logo a seguir às eleições. Estão criadas as condições para que a obra se realize. A nossa preocupação é que as obras se façam. Antes ou depois das eleições o importante é que elas ocorram”. A alteração não significa “que prescindimos do que quer que seja” garantiu.
A oposição considera que se trata de desistir destas obras para canalizar o dinheiro para festividades, graças à proximidade das eleições.
Pedro Farromba disse aos jornalistas que estas eram “duas obras bandeira no Orçamento Municipal que deixam de ser realizadas”.
“Estamos a chegar a uma altura critica do período eleitoral e o que estamos a fazer é retirar dinheiro do investimento, de obras, e passar esse dinheiro para festividades”, disse, apontando as duas estradas já referidas.
Salienta também o facto de constar nesta alteração a verba para a indeminização do resgate da concessão de saneamento, afirmando que se trata da prova de que haverá “um longo e caríssimo” processo judicial que “em nada vai beneficiar os covilhanenses, mas que, seguramente, em muito os irá prejudicar”, disse.
A alteração orçamental foi aprovada com o voto contra da oposição. Vai ser discutida e votada na reunião da Assembleia Municipal agendada para dia 30.