Foi apresentado em Penamacor, a 5 de maio, o Relatório de Caracterização da Situação e Dinâmica Imigratória na Beira Baixa, elaborado pelo Politécnico de Castelo Branco para a Comunidade Intermunicipal da Beira Baixa (CIMBB). O estudo mostra que, graças ao aumento da população estrangeira, Penamacor registou em 2023 um crescimento real da população, algo inédito nos últimas 50 anos.
O número de estrangeiros legalizados na Beira Baixa passou de 1.856, em 2008, para 6.786, em 2023 — um aumento de 265,6%. Em Penamacor, os residentes estrangeiros subiram de 58 para 440 no mesmo período, contribuindo para um saldo migratório positivo que compensou o saldo natural negativo.
O relatório realça a importância crescente das comunidades estrangeiras, sobretudo oriundas do Reino Unido e da Alemanha, para o dinamismo económico e social da região. Apesar dos desafios como a habitação e barreiras linguísticas, a perceção geral sobre os imigrantes é positiva, destacando-se o seu papel na revitalização das comunidades locais.
Presente na sessão, o Presidente da Câmara Municipal de Penamacor e Vice-Presidente da CIMBB, António Luís Beites Soares, explicou que esta é apenas a primeira fase do estudo, que ainda não está concluído. “A apresentação decorre em Penamacor porque o nosso Município já estava em diálogo para realizar este estudo no concelho. Numa reunião da CIMBB, até porque Oleiros também queria fazer, decidimos alargá-lo, por unanimidade, a toda a Comunidade Intermunicipal”. O autarca registou, ainda, que o “crescimento da população estrangeira no território tem sido exponencial a ponto de inverter o decréscimo populacional praticamente em todos os municípios do território nestes últimos dois anos”, acrescentando que “estas novas comunidades são muito bem-vindas ao território”. “Don Sancho foi o povoador e esta nova comunidade está a recuperar o foral de Penamacor e a povoar novamente o território. Temos falta de mão-de-obra e eles fazem cá falta. É necessário, no entanto, que estejam bem integrados. Este estudo é necessário para conhecermos estes novos residentes, porque é que cá estão e porque é que continuam a vir mais. Este é um processo que vai continuar, pelo menos nos próximos anos”, destacou.