Coutada: Centro Interpretativo do Azeite representa “a preservação da alma de uma terra”

O Centro Interpretativo do Azeite na Coutada, obra hoje inaugurada, mais que a reabilitação de um edifício representa “a preservação de uma tradição e da memória de um povo”, vincou o presidente da UF Barco Coutada, Vítor Fernandes.

“A criação deste espaço representa a preservação da nossa identidade, da nossa história, e da alma de uma terra que, embora pequena, é enorme em valores, em memória e em património”, disse o autarca no seu discurso durante a inauguração que decorreu hoje, dia 15, ao final da manhã.


Sublinha que o Centro nasceu com a missão de “contar a história do azeite, valorizar quem o produz e garantir que as novas gerações compreendem o seu valor”, “também cultural”.

Um espaço “vivo, não fechado, que liga o passado ao presente”, vincou também Vítor Fernandes.

Um Centro que “teve embrião” no mandato de Luís Morais, salientou o autarca que também apelou a Vítor Pereira, presidente da Câmara Municipal da Covilhã, que este seja integrado no roteiro dos centros interpretativos que estão a ser criados no concelho, “tornando-o num espaço dinâmico e de transmissão dos valores e cultura”.

“Um conceito muito interessante”, sublinhou também Vítor Pereira, apontando que este valoriza o passado.

“Está sóbrio, humilde, mas forte e impactante. Quem aqui vier não ficará nunca indiferente ao que é a cultura, a produção do azeite e a sua utilização. E isso é valorizar a nossa cultura, o nosso povo, os nossos antepassados”, disse.

Um Centro em que existe uma “perfeita conjugação entre a memória, a tradição e conhecimento”, sendo uma “homenagem a quem ao longo dos séculos trabalhou o olival”, disse também o autarca, considerando que é visita obrigatória para quem quiser compreender este ciclo, concluindo que se trata de “uma obra notável”.

Vítor Pereira sublinha ainda que o Centro, é “uma âncora, revestindo-se de importância no desenvolvimento do território”, tal a sua importância para o turismo.

“Serve muito bem o propósito do turismo. O turismo é outra atividade muito importante da nossa região e este não se reconduz só e apenas há Serra da Estrela, tem estas zonas adjacentes, onde há razões para que as pessoas venham ao nosso encontro, venham visitar, conhecer e conhecer-vos”, disse, referindo-se às gentes da Coutada.

Para a reconversão do edifício foi feita uma candidatura ao Portugal 2020, por intermédio da ADERES, no valor de cerca de 198 mil euros, comparticipada em 80%, sendo os restantes 20% da responsabilidade da União de Freguesias do Barco e Coutada. A Câmara da Covilhã apoiou com mais de 100 mil euros, para ajuda nos capitais próprios da UF e conteúdos para o espaço.

José Armando Serra dos Reis, presidente da ADERES, sublinhou que a importância destes financiamentos para a transformação de aldeias na zona da “Estrela Sul”, área de intervenção da Associação de Desenvolvimento Local.

“Eu podia estar a falar de dezenas e dezenas de empreendimentos, desde o Planalto da Torre até Janeiro de Cima, que transformaram as nossas aldeias. Este é o grande empenho que temos de ter”, disse, sublinhando que é preciso “engenho e arte e comungar de empenho entre a Associação e as autarquias locais” para conseguir estes financiamentos.

O responsável também deu conta que estas inaugurações marcam o encerramento deste programa de financiamento no âmbito do Portugal 2020, apontando, no entanto, que já foi publicada a portaria que “volta a repor estes financiamentos”, vincando que a ADERES tem um gabinete que apoia também a realização de candidaturas.

O Centro Interpretativo do Azeite está instalado num edifício restaurado para o efeito, no centro na aldeia, composto por três pisos e um terraço.

É gerido pela UF Barco Coutada e, sob marcação, são organizadas visitas guiadas e eventos em grupo.