A Câmara Municipal da Covilhã vai passar a integrar reclusos nos seus serviços, fruto de um protocolo hoje estabelecido com a Direção Geral de Reinserção e Serviços Prisionais.
Um protocolo que dá aos reclusos “um sinal que vale a pena fazer um esforço para mudar e conseguirem transformar a sua vida”, tornando-se “cidadãos de pleno direto”, sublinhou na cerimónia protocolar o Diretor Geral de Reinserção e Serviços Prisionais Orlando Carvalho.
Aos jornalistas o Diretor explicou que esta é a melhor forma de promover a reintegração social da população reclusa.
“Há vantagens para ambas as partes”, sublinha, afirmando que no caso dos serviços prisionais se promove “a reintegração social do recluso”, o que lhe dá “competências e uma ligação com a comunidade que lhe permite, mais facilmente, quando terminar a sua pena, integrar-se no mercado de trabalho”. A Câmara Municipal pode “encontrar recursos humanos que lhe permitam suprir necessidades existentes”, disse o Diretor Geral.
Orlando Carvalho sublinha que há uma larga dezena de protocolos desta natureza com diversas autarquias, apontando o sucesso que se tem obtido.
“São sempre casos de elevado número de sucesso porque o escrutínio feito, a seleção, é de tal forma rigorosa e envolve um processo tão longo que as pessoas que chegam a este patamar já deram provas que querem efetuar esse caminho”, disse.
No protocolo hoje celebrado não está especificado o número máximo de reclusos a integrar, será sempre de acordo com as necessidades da autarquia, garantindo os serviços prisionais a seleção mediante os critérios estabelecidos.
Serão sempre reclusos que estarão já em regime aberto para o exterior, vincou o responsável.
Vítor Pereira, Presidente da Câmara Municipal da Covilhã, sublinha que “serão priorizados os serviços operativos” da autarquia para a colocação destes elementos, mas não significa que não possam integrar outras áreas.
O presidente da Câmara dá conta que se irá tirar partido da formação profissional ministrada no Estabelecimento Prisional da Covilhã.
Realça que “esta é a forma mais digna e prática de reinserir alguém”.
“O trabalho é de facto uma forma fantástica de fazer com que os cidadãos que se desviaram do seu caminho tenham uma segunda oportunidade para poderem regressar ao seio da comunidade, da sociedade”, frisou.
Aponta que o protocolo será posto em prática “tão depressa quanto possível”, dependendo da seleção dos serviços prisionais.
Avançou que há já um recluso já selecionado que ingressará em breve na autarquia. “Regressa ao bom caminho”, disse Vítor Pereira.
O autarca mostrou-se convicto que, desta forma, a Câmara Municipal da Covilhã está a contribuir para a integração social desta população e ao mesmo tempo irá beneficiar de mão de obra especializada, nos serviços operativos, como calceteiros, pedreiros ou mecânicos, deu como exemplo, concluindo que “a reinserção através do trabalho já deu mostra de ser eficaz”.
Os reclusos irão integrar um programa do Instituto de Emprego e Formação Profissional e receberão o salário compatível com esse programa.