O presidente da Câmara Municipal da Covilhã, a terminar o terceiro e último mandato à frente da autarquia, considera que o município “está muito melhor” do que o que encontrou em 2013, garantindo que conseguiu equilibrar as contas “e fazer muito” do que se propôs.
Declarações proferidas ontem, dia 29, durante a Assembleia Municipal, que reuniu para debater “O estado do Município”.
“Estamos mesmo muito melhor, conseguimos cumprir muito do que nos propusemos. Foi esse trabalho que nos permitiu ajudar as pessoas, aumentar as transferências para as Juntas, aumentar os apoios sociais, investimento na saúde e na edução, que nos permitiu captar investimento. Sim, a Covilhã está hoje um concelho muito melhor do que o que encontrámos”, disse.
Puxando de “números e factos”, “claros, inegáveis e comprováveis”, Vítor Pereira apontou que as contas da autarquia foram reequilibradas, depois deste ter estado “em pré-falência”.
Começa para destacar a taxa de endividamento que em 2013 era de 298%, passando para os 49% que se registam atualmente.
Outros dos indicadores com que avançou foi o passivo financeiro que era de 142 milhões de euros que passou para 38 milhões em 2024.
Uma redução de 104 milhões de euros que representa “um marco de elevada relevância na consolidação das contas públicas municipais, refletindo o esforço continuo de contenção da divida e de saneamento financeiro”, realçou.
A “consolidação orçamental e a gestão equilibrada” nortearam a sua gestão, disse, frisando que o volume de empréstimos até ao final do primeiro semestre de 2025 totaliza 17,1 milhões de euros.
Um saneamento financeiro apoiando e realizando obra, o que não aconteceu à conta do aumento de impostos. “Foi procurando todas as forma de financiamento e lutando por cada comparticipação”, disse, frisando que ainda conseguiu reduzir impostos e aumentar os apoios às famílias, às empresas, juntas de freguesia e demais entidades.
Em 2013 o apoio às Juntas era de 1 milhão 692 mil euros, tendo passado em 2024 para 2 milhões 782 mil euros, mais 1,1 milhões o que corresponde a um aumento de 64%, “evidenciando o papel das freguesias na prestação de serviços de proximidades às populações”, detalhou o autarca.
Apontando que os números estão no Relatório e Contas, sublinha que no caso das associações houve um acréscimo de 220%, passando de 747 mil euros em 2013 para 2 milhões 405 mil euros “porque queremos ser parceiros do movimento associativo que ajuda na promoção da dinâmica cultural, desportiva e social do concelho”, sublinhou Vítor Pereira.
Realçou, também, os resultados “muito satisfatórios” na atração de empresas para o concelho, frisando que segundo o INE o concelho tem mais de 5.230 empresas, com mais de 14.600 postos de trabalho, com uma balança comercial positiva em mais de 128 milhões de euros.
Na sua intervenção o Presidente da Câmara Municipal recordou também alguns dos investimentos já em construção como o City Center, ou outros para realizar em breve, como hospitais privados, ou uma fábrica de diamantes artificias, cujo projeto já está a ser analisado pelo AIECEP, dando conta que o investimento ultrapassa os 96 milhões de euros numa fase inicial, ou uma fábrica chinesa de soldaduras que já adquiriu terrenos no Parque Industrial do Canhoso para aí se instalar.
Também apontou os dados do urbanismo da Câmara Municipal da Covilhã para frisar que estarão em construção cerca de 700 habitações, entre frações e moradias, estando licenciadas mais de 200.
Na ação social, realça a construção de novas respostas em ERPIS, ou Centros de Dia, no Peso, Vales do Rio, Vila do Carvalho, Boidobra, Coutada ou Teixoso, “fruto do dinamismo das IPSS”, mas, frisou, “com o apoio da autarquia”.
Colocou ênfase na Estratégia Local de Habitação que tem “resultados já reconhecidos”, e que tem o valor global de mais de 12 milhões de euros, estando já executados ou em fase de execução mais de 10 milhões de euros.
A requalificação do Teatro Municipal da Covilhã, do Antigo Liceu e da antiga PSP, a requalificação do Museu da Covilhã, obras em diversas estradas, a requalificação do Pavilhão Municipal INATEL, também não foram esquecidos.
Realçou, ainda a criação de centros interpretativos, miradouros na Serra, parques infantis no concelho, e a requalificação do parque escolar onde foram investidos cerca de 7 milhões de euros em mais de 25 intervenções em estabelecimentos de ensino, garantindo também que fica tudo pronto para a requalificação da Escola Campos Melo, EB 23 do Paul, EB São Domingos e EB e Jardim de infância de Vila do Carvalho, no valor de cerca de 6 milhões de euros.
Na área da saúde também realçou o investimento em viaturas para apoio aos Centro de Saúde e à ULS, sete no total, no valor global de 158 mil euros, apontando que estão prontos os projetos para a requalificação do Centro de Saúde da Covilhã e outros, e já foi adjudicada a obra para a instalação da USF Hermínios, no antigo Acondicionamento Têxtil.
Também passou em revista os investimentos na área da proteção civil, nomeadamente a criação de reservatórios de água para ajuda ao combate a incêndios e investimento na gestão da água que levou a evitar perdas.
“Esta poupança equivale a mais de um milhão de metros cúbicos/ano, suficientes para abastecer o concelho durante 4 meses, ou seja, ao longo dos últimos 12 anos evitou-se o desperdício de água equivalente a oito vezes a barragem da Cova do Viriato”, disse.
No turismo realça que a Covilhã é a segunda cidade do Interior do país com mais procura turística.
Na área cultural “não há comparação com o tínhamos”, dando nota de grandes iniciativas, algumas realizadas pelo movimento associativo, mas sempre com o “alto patrocínio da Câmara Municipal da Covilhã”.
Concluiu que o Concelho da Covilhã é mesmo o local certo para “constituir família, viver, trabalhar e investir”.