A criação da Polícia Municipal, a construção de um pavilhão arena, de um complexo de piscinas e uma revolução na mobilidade, estão entre as propostas apresentadas por Carlos Martins, líder do Movimento Independente Pelas Pessoas, ontem ao final da tarde, durante o comício de apresentação de candidatos aos vários órgãos autárquicos para as eleições de 12 de outubro.
Depois de agradecer aos 2123 proponentes da lista, algumas centenas mais do que aqueles que a lei obriga, Carlos Martins assumiu-se “emocionado e muito feliz”, sempre “fiel à Covilhã”, apontando que “quer ouvir, agir e mudar”.
Num apelo ao arregaçar de mangas, frisou que é “preciso fazer bem e sem demoras, em todas as freguesias, porque há muito por fazer”.
Ouviram-se, também, muitas críticas à gestão socialista dos últimos 12 anos, com o dedo apontado a Vítor Pereira e Hélio Fazendeiro.
“Pouco ou nada fizeram e por vezes muito mal”. “Preguiça, irresponsabilidade, incompetência”, foram algumas das acusações proferidas.
Ouviram-se críticas à mobilidade, ao não aproveitamento de fundos do PRR para habitação, caso contrário estariam a ser construídas “centenas de habitações”, disse.
A reabilitação do património habitacional, foi das primeiras propostas que se ouviram, para dar a todos o direito a uma habitação digna.
“Temos muita habitação propriedade do município, por várias zonas da cidade e em freguesias, completamente degrada e desabitada. Todos têm direito a uma habitação digna. Não pode haver uma política de habitação sem planeamento. Não gosto da palavra gueto, os mais carenciados não podem ser enviados para o Tortosendo, para o Teixoso e para a Boidobra”, salientou.
Apontou o caso dos elevadores na cidade, quase sempre avariados, e ciclovias que “foram um erro”. O estacionamento pago “é um atentado aos covilhanenses” que com Carlos Martins na presidência da Câmara “vai acabar”, sublinhou.
Prometeu uma revolução da mobilidade na cidade e nas freguesias
“Temos uma cidade que precisa de uma revolução a nível dos passeios, das ruas e nas estradas. Vamos fazer essa revolução na cidade e nas freguesias”, disse, prometendo que o projeto que está na Câmara e que prevê a aplicação de debuxo nos passeios, em homenagem aos trabalhadores dos lanifícios, será uma realidade. “Nós é para fazer, não é para meter os projetos na gaveta”, criticou.
Prometeu melhorias na higiene urbana e mais atenção na educação que tem sido esquecida. Aponta que haverá intervenções em todas as escolas do concelho e serão realizados os projetos para creches nos parques industriais do Canhoso e Tortosendo que por “incompetência e preguiça” não foram feitas.
Garante ainda que a reabertura do Bolinha de Neve será uma realidade, com vagas para todos, incluindo migrantes.
A relação com a UBI também foi abordada, apontando que é necessária uma “relação de irmãos”, com esta e com a ULS Cova da Beira.
De resto, na área da saúde, criticou a localização da Unidade de Saúde Familiar Hermínios, acusando o executivo de tomar a opção atual com base em “interesses pessoais”.
“A USF Hermínios foi criada em 2020, a CMC deixou passar 5 anos e depois tomou uma decisão de interesses pessoais, não tenho problemas em falar aqui. A autarquia tem muitos terrenos e património edificado e em vez da escolha ser um terreno que permitisse um edifício moderno, apenas com um piso, para ajudar a mobilidade dos mais velhos, a Câmara fez um protocolo, adivinho quem foi o advogado que o fez, com a ANIL, que consiste em alugar o edifício em frente à cadeia, por 25 anos, a pagar 5 mil euros por mês e o rés-do-chão é para uma empresa privada da área da saúde”. “A USF não poderá ser naquele edifício”, disse.
Melhorar o Centro de Atividades e proporcionar envelhecimento ativo, foi outra promessa. Nesta área, para proporcionar conforto aos mais carenciados, pretende a construção de um lar solidário.
No associativismo defende a alteração ao regulamento de apoio para acabar “com a vergonha que se passa”.
“É uma vergonha. Não é justo haver apoios através desse regulamento e depois chamar lá alguns amigos, alguns caciques, para fazerem contratos de milhares de euros, não! isso é injusto”, disse.
No desporto, criticando as infraestruturas “degradas e obsoletas”, aponta a construção de um complexo de piscinas e de um pavilhão arena, que sirva também a área cultural e recreativa.
“Temos que construir um grande complexo de piscinas, não apenas para atividades lúdicas, mas também parta o bem-estar de todos, que, em parceria com a UBI poderá ter muitas valências”, apontou. Também promete “um pavilhão arena, a cidade merece um pavilhão arena, que tenha espaço para atividades culturais, desportivas, recreativas, congressos internacionais. Queremos um pavilhão semelhante aos de Lisboa, Porto e Coimbra”, concluiu.
Também realça que é necessário alterar na proteção civil, garantindo que o comandante dos BVC não pode ser o coordenador municipal da proteção civil, defendendo que é preciso “separar o combate da prevenção”, avançando com a implementação da Polícia Municipal.
“Temos confiança na PSP, mas queremos reforçar a segurança e a proximidade, pelas pessoas”, disse.
Para revitalizar o comércio tradicional e o Mercado Municipal promete a construção de um silo auto, gratuito, nos terrenos municipais na antiga loja Zé André.
A Barragem das Cortes também será para construir, garantiu. Já sobre o resgate da concessão do contrato com a Águas da Serra, realça a verba já gasta com advogados, mais de 300 mil euros, frisando que este resgate será revisto. “Não será feito a desbaratar dinheiro”.
Um novo aeródromo, para substituir o que “Carlos Pinto destruiu”, também é uma intenção, salientando que já foram visitados terrenos para o efeito
O IC6, “com ou sem tuneis”, é outra reivindicação, realçando que esta “é uma obra fundamental”, para ligar a Covilhã a Coimbra.
Defendeu ainda que a grande obra para o futuro é a construção de uma rodovia entre Orjais e o Barco.
“A grande obra para o futuro, será a grande infraestrutura rodoviária e lúdica entre Orjais e o Barco. Vamos avançar com o projeto para o futuro da Covilhã”, garantiu.
No início da sessão de apresentação, no Largo de Infantaria, o mandatário da candidatura, Filipe Damasceno, frisou que o Movimento “tem capacidade, força e determinação” para mudar o rumo do concelho.
Lua Afonso, mandatária para a juventude, incitando os jovens a fazerem ouvir a sua voz, reivindicou para esta franja as condições necessárias para se fixarem no concelho: emprego, habitação, cultura e desporto para todos.
José Páscoa, que lidera a candidatura à Assembleia Municipal promete um órgão exigente porque dessa forma o concelho avança.
“Carlos Martins não tem necessidade que a Assembleia Municipal funcione como uma guarda Pretoriana que o esteja a proteger. Ele sabe que quanto mais exigente é a Assembleia Municipal, mais a Câmara faz, mais o presidente faz, mais as freguesias fazem, mais o concelho avança”, disse.
À sessão, em que também foram apresentados todos os mandatários da candidatura, seguiu-se a inauguração da sede de campanha, na denomina Rua Direita.