CMC: Despedidas e agradecimentos com autárquicas em pano de fundo

A reunião pública da Câmara Municipal da Covilhã de dia 5 foi um fechar de ciclo para os elementos do atual executivo, sendo que, alguns destes protagonistas, poderão voltar a cena uma vez que integram listas candidatas no concelho e em outros concelhos.

Não é o caso de Pedro Farromba que há quatro anos liderou a coligação “Juntos Fazemos Melhor” (PSD/CDS/IL) e que nestas autárquicas “não é candidato a nada”, como o próprio sublinha.


A reunião significou para o vereador o encerrar de um ciclo de mais de 12 anos entregue à causa pública.

“Anos vividos de corpo e alma”. Lembrou conquistas, como o Parkurbis, de que no passado foi presidente do Conselho de Administração, sublinhou amigos e também traições que viveu ao longo destes anos

“Alguns desses amigos entraram comigo na vida política e juntos conseguimos deixar alguma marca. Sei também que neste caminho criei inimigos porque quem age, inevitavelmente, desagrada alguns”, disse. Sem nunca dizer nomes, vincou que viveu “de perto a deslealdade, a falsidade, a hipocrisia e a traição. Se há quem seja capaz de trair os próprios amigos, imaginem o que farão se algum dia alguém lhes confiar o seu voto, a política é feita de pessoas, algumas elevam a missão, outras diminuem-na”.

A terminar agradeceu a Marta Alçada, Ricardo Silva e Sandra Soares, que se juntou à vereação na fase final do mandato.

Marta Alçada seguiu o exemplo de Pedro Farromba na despedida, realçando “o desafio” que foi ser vereadora na oposição.

“Ser vereadora da oposição é muitas vezes um desafio e, por vezes, pode ser frustrante. Por mais propostas que apresentássemos, alertas que lançássemos, oportunidades de melhoria que sugeríssemos nem sempre eramos ouvidos. Exercer este serviço público foi para mim motivo de grande orgulho”, disse.

Sandra Soares que substituiu Ricardo Silva nesta reta final do mandato também aproveitou para “agradecer a oportunidade”.

Notório o facto de nenhum elemento da coligação se referir a Jorge Simões, que no início do mandato esteve em várias reuniões como vereador em regime de substituição, numa rotatividade que a coligação implementou.

Também José Armando Serra dos Reis fez a despedida pública do cargo de vereador.

Sublinhou o prazer que teve de servir a população no exercício do cargo

“Como membro do executivo tenho um prazer enorme de, ao longo de sete anos, ter servido com zelo e dedicação e responder sempre a todos os munícipes, e na hora, o que me era solicitado. O modo como servi as populações é um orgulho com que saio”.

As desavenças com Vítor Pereira não foram esquecidas. “Não posso dizer que terminei a gostar de trabalhar com toda a gente, é conhecido e não vale a pena estar a repetir. O meu trabalho tem o reconhecimento de toda a gente, exceto do presidente da Câmara, mas isso são águas passadas”, disse.

José Miguel Oliveira sublinhou “o privilégio de poder exercer as funções de vereador durante 8 anos”.

“É uma missão nobre e sinto-me afortunado por ter essa oportunidade nos últimos 8 anos”. Agradeceu o carinho que os covilhanenses sempre manifestaram, numa altura em que abraça outros projetos.

Deixou ainda “votos da melhor sorte para a Covilhã, porque uma Covilhã forte, é bom para a região e para o país”.

Regina Gouveia, preferiu deixar as despedidas para o último dia do mandato.

Já no decorrer dos trabalhos da reunião as eleições autárquicas estiveram sempre em pano de fundo, com a oposição e Serra dos Reis a proporem a retirada de todos os pontos que no seu entender “condicionassem o próximo executivo”, sendo que alguns deles foram transformados em recomendação, nomeadamente, os inícios de procedimento para o Regulamento Municipal de Apoio às instituições sociais; para a Alteração ao Regulamento de horários de funcionamento dos estabelecimentos de venda ao público e de prestação de serviços e do Projeto de Regulamento do programa de esterilização de animais.

Já o Projeto de Regulamento de Orçamento Participativo Jovem do Município foi chumbado, assim como foi chumbada a recomendação para que no orçamento de 2026 esteja contemplado transporte gratuito para os utentes do cartão social, redução do preço dos transportes urbanos e redução significativa do preço dos transportes das freguesias.

A proposta partiu de Vítor Pereira que defendeu que se trata de uma recomendação e não de uma obrigação. A oposição e Serra dos Reis entenderam que se trata de uma recomendação “eleitoralista”, que tem a ver com o trabalho do próximo executivo e por isso votaram contra.