Fogos: CMC fez o trabalho de casa. Tirar proveito político é “inqualificável”

Garantindo que a Câmara Municipal da Covilhã investiu na prevenção e fez o trabalho de casa antes dos fogos, Vítor Pereira, na reunião pública do executivo na sexta-feira, antes de enumerar o que foi feito, destacou que “tirar proveito político do que aconteceu é inqualificável”, realçando que volta ao tema para combater “a desinformação posta a circular”.

“Sim, antes do fogo fizemos a nossa parte e a lista é extensa”, vincou.


O presidente da Câmara Municipal da Covilhã detalha que a autarquia, na limpeza de 10 metros na envolvente das estradas municipais, em 2024, investiu mais de 93 mil euros em cerca de 61 km, cerca de 128 hectares, dos quais cerca de 53 km, o que equivale a cerca de 117 hectares, foram realizados em freguesias na zona do incêndio de agosto, na zona Sul.

Na limpeza de caminhos florestais foram feitos 79 km em parceria com ICNF e sapadores da CIM Beiras e Serra da Estrela.

Em 2025 foram investidos mais de 49 mil euros, em cerca de 49km de faixas de gestão de combustível, na maioria na área que agora ardeu. Em caminhos florestais foram realizadas intervenções em cerca de 45 km, com as mesmas parcerias do ano anterior.

Destacou ainda a importância de ter sido implementado o projeto “Aldeia Segura, Pessoas Seguras” em 6 aldeias, das quais 5 na área do incêndio: Pereiro, Casal de Santa Teresinha, Vale Cerdeira, Cambões e Trigais

“Neste incêndio não foi necessário evacuar aldeias porque estas sabiam o que fazer e os locais de Refúgio e de abrigo onde estariam em segurança”, disse.   

Também destacou a rede de reservatórios para ajuda ao combate aéreo e terrestre de incêndios, recordando o reservatório já a funcionar na zona das Quatro Casas, com capacidade para 200 mil litros. Aponta que já este ano foram adjudicados mais três reservatórios, de 400 mil litros, a localizar no Tortosendo, Erada e Sobral de São Miguel.

“Esta localização já estava definida antes desta tragédia. Não foi possível concretizar antes porque os fundos que estavam previstos no Plano de Revitalização do Parque Natural de Serra da Estrela não se concretizaram, ou seja, tivemos que avançar sozinhos, o que atrasou o processo”, disse.

Também destacou a candidatura, já aprovada em junho, para a criação de um ecoponto florestal, em parceria com a Junta de Freguesia de São Jorge da Beira com um valor de investimento de 107 mil euros. A obra deverá estar concluída em julho de 2026.

Sublinhou, ainda, a aquisição de uma viatura para a Proteção Civil Municipal e os protocolos celebrados com entidades gestoras de equipas de sapadores florestais nos anos de 2023, 2024 e 2025, com apoio de 12 mil euros anual para cada equipa.

Destacou o apoio aos Bombeiros Voluntários da Covilhã, a que se junta o pagamento de 50% do custo com as 4 equipas de Intervenção Permanente, que no total significa mais de meio milhão de euros anual.

Pedro Farromba, em noma da bancada da oposição, para além de louvar o trabalho de todos os que estiveram no terreno, deixou sugestões para melhorar “sem apontar dedos”:

“O mapeamento rigoroso dos danos; apoio direto às populações sem burocracias; reforço da segurança mitigando riscos secundários, como cheias; gestão imediata dos sobrantes e madeiras queimadas; reordenamento do território com planeamento urbanístico e florestal responsável”, foram algumas medidas apontadas, sublinhando que “Não se trata apenas de apontar falhas, mas de assumir que precisamos de mais intervenção. Uma cultura que valorize a prevenção em vez da improvisação, que coloque a vida humana e a segurança em primeiro lugar. Que se assuma a proteção civil como uma função estratégica do município e não apenas como um apêndice municipal e nacional”, disse.

Recordar que para ajuda à população a Câmara Municipal da Covilhã mantém no terreno equipas de apoio social e psicológico, bem como uma equipa multidisciplinar para ajudar ao levantamento dos prejuízos.