“Forças de bloqueio”. Serra dos Reis descarta responsabilidades no estado da floresta

José Armando Serra dos Reis, vereador na Câmara Municipal da Covilhã, em nota enviada à Rádio Clube da Covilhã, descarta responsabilidades sobre o estado da floresta e da Proteção Civil no concelho, frisando que “vetos de gaveta e forças de bloqueio”, não o deixaram fazer mais, apesar de ter tido responsabilidades nestes pelouros enquanto vereador.

 “Em sete dos 12 anos, deste executivo, eu tive o pelouro do Gabinete Técnico Florestal (GTF)/Serviços Técnicos Florestais (STF), e o da proteção civil durante 5. Perguntar-se-á, então porque não fez? Muito simples a resposta, as forças de bloqueio e veto de gaveta nunca deixaram que as minhas propostas passassem à fase de execução”, descreve no documento.


Aponta o dedo ao presidente da Câmara, Vítor Pereira, ao seu chefe do gabinete, Hélio Fazendeiro e os seus assessores, “como forças de bloqueio e veto de gaveta”, afirmando que estes “devem um pedido de desculpas públicas às pessoas da Covilhã, por tudo quanto não fizeram nem deixaram fazer, ao longo dos últimos 12 anos, para minimizar ou mesmo evitar os efeitos catastróficos dos incêndios, como os que têm vindo a acontecer, este verão”.

Entre as propostas que não foram implementadas, e que enumera no documento, destaque para a “aquisição de uma viatura 4×4 e GPS para o Gabinete Técnico Florestal” e “a aquisição de uma ou duas máquinas de rasto”.

Também refere que a “Rede Primária de Faixas de Gestão Combustível no concelho é insuficiente e indevidamente cuidada”, que “a rede de depósitos para abastecimento dos meios aéreos pouco tem evoluído” e “não se cuidou de instalar um reservatório de grande dimensão junto ao Centro de Meios Aéreos”.

Frisa ainda que “a Proteção Civil Municipal, andou muito mal, no modo como lidou com este grande incêndio, no nosso concelho. Comunicados alarmistas e erráticos e uma total descoordenação”, concluindo que “nem outro resultado seria de esperar”, apontando que “Luís Marques, responsável pela Proteção Civil é, simultaneamente, Coordenador Operacional Municipal, Comandante dos Bombeiros e candidato autárquico”.

Sublinha ainda que “o presidente esteve desaparecido, porque andou e anda mais preocupado com Belmonte e como tal, durante o incêndio, e com o Plano Municipal de Emergência ativo, não reuniu a comissão municipal de proteção civil nem teve a funcionar o centro de coordenação municipal como é de lei. O verdadeiro espírito de laxismo e do deixa andar”, conclui.

Foto: Arquivo RCC