O projeto autárquico da CDU na Covilhã tem como grande objetivo devolver à população o “direito a viver melhor na nossa terra”, disse ontem ao final da tarde Jorge Fael, candidato a presidente da Câmara Municipal da Covilhã, durante a apresentação de candidatos e programa eleitoral da coligação, que decorreu no Pátio dos Escuteiros.
Apontando para uma gestão participada, Fael apontou medidas como a realização da iniciativa “Covilhã em Congresso” que pretende ser um “amplo espaço de participação e debate público sobre o futuro do concelho”
A mobilidade e o apoio às freguesias foram das primeiras medidas destacadas pelo candidato.
“Criar um passe concelhio de 30 euros e gratuitidade para maiores de 65 anos; exigência reforçada de melhoria dos serviços prestados pelos privados e o cumprimento das suas obrigações; reforçar e promover a ferrovia”, disse.
Nas freguesias pretende “reforçar as transferências para as freguesias, definindo como objetivo até ao final do mandato o equivalente a 10% do orçamento municipal anual, o que representaria uma verdadeira revolução e um contributo gigantesco para a coesão social e territorial”, vincou.
Lançar um programa de arrendamento acessível, mediante a plena utilização e mobilização dos milhares de fogos/prédios vagos/devolutos, concluir o PDM e na Carta Municipal de Habitação estabelecer como mínimo a quota de 25% de habitação acessível nos novos empreendimentos urbanos, são outras medidas propostas.
Requalificar o espaço público, gestão municipal do Bolinha de Neve, requalificação da Goldra, criar um parque na zona do Rodrigo e lançar o Parque Urbano da Cidade, sem esquecer a municipalização da ADC, são outras medidas que constam do programa eleitoral.
“Criar condições para assegurar 100% da Águas da Covilhã, essencial para garantir um tarifário justo, sendo que a dívida da Câmara à ADC, de quase 12 milhões de euros, responsabilidade de PSD/CDS e PS, constitua um sério obstáculo”, salientou o candidato, vincando ainda que pretende “extinguir a ICOVI, salvaguardando os postos de trabalho, concluir o resgate do saneamento e acelerar a recolha de biorresíduos”
Reforçar o gabinete de apoio ao associativismo e devolver o IMI às associações, possibilidade inscrita já prevista, mas que não acontece, também foram referidas.
O candidato apresentou-se como a verdadeira alternativa para governar na Covilhã.
“A CDU é a alternativa que não se confunde com a alternância entre PS e PSD, com ou sem o CDS e os sucedâneos IL e CH. Temos que dizer que a CDU não vende ilusões, nem falsas soluções.
Neste ponto destaca a “criação de seguros de saúde, como defende o PSD”, que “mais não visa do que transferir recursos públicos para o negócio da doença; a “criação da polícia municipal, como propõe o MIP/Carlos Martins, é a tentativa eleitoralista de explorar sentimentos induzidos pela retórica securitária da extrema-direita”, e a devolução de IRS que a direita defende.
“Implica prescindir de volumosos recursos que devem ser usados a favor de todos, e que em vez disso são atribuídos a uma minoria, agravando as desigualdades.
No caso da Covilhã, e tendo em conta que o município recebe do Estado a título de IRS cerca de 2,6 milhões de euros, devolver, por exemplo, 2,5% (ou seja 50%) significaria 1,3 milhões de euros/ano, o equivalente a 16% do investimento anual; em 4 anos, seriam 5 milhões e 200 mil euros. Imaginem o que seria possível fazer com esta verba!”, disse.
Jorge Fael assegura que a sua candidatura tem “candidatos, projeto e determinação para fazer hoje o que é preciso p’ra amanhã”.
Vítor Reis Silva, primeiro candidato na lista à Assembleia Municipal da Covilhã vincou que com a sua liderança este será um órgão exigente e não manipulado pela Câmara.
“Não pode ser um órgão manipulado pela Câmara Municipal, não pode funcionar nos tempos e ao sabor dos desejos do presidente da Câmara. O presidente da Mesa tem de coordenar o funcionamento dos órgãos. Não se entendem as mudanças constantes de dias e horas das sessões. A mesa não pode adiar, protelar, arrastar o exercício das suas competências. O presidente da Mesa representa o órgão deliberativo e deve ser exigente com o órgão executivo”, frisou, avisando: “O Jorge Fael que se ponha a pau porque eu enquanto presidente da Mesa não o deixarei sobrepor-se ao trabalho e competências”, disse.
Vincou ainda que tornará a Assembleia Municipal um órgão cada vez mais próximo das populações, com sessões descentralizadas. Pretende também estabelecer grupos de trabalho da Assembleia Municipal “para um acompanhamento mais eficaz da ação municipal”.
Na sessão foram apresentados os candidatos às 14 Assembleias de Freguesia em que a CDU concorre, os candidatos à Assembleia Municipal e Câmara Municipal da Covilhã.
Jorge Fael apelou à união e ao ativismo de todos na campanha, para “enfrentar esta batalha com enorme confiança. Uma confiança que sabe que esta batalha só se ganha com o empenho de todos”, terminou.