O número de dadores de sangue na região, em especial entre os jovens, está a aumentar, sublinhou Vítor Santos, presidente do Grupo Humanitário de Dadores de Sangue da Covilhã, durante a sessão solene comemorativa dos 37 anos da instituição, ontem de manhã, na Biblioteca Municipal. O responsável salientou que o grupo já obteve 1652 dádivas.
“O aumento reflete o trabalho dos órgãos sociais e dos nossos dadores que respondem quando fazemos apelo às dádivas em toda a Beira Interior. Quando fazemos um apelo na comunicação social os nossos dadores têm comparecido para que nunca falte um bem como é o sangue”, disse.
Sublinhou que há cada vez mais jovem que, empurrados uns pelos outros, dão sangue, apelando aos dadores, e aos antigos dadores, presentes que sigam o seu exemplo e passem a mensagem entre os seus conhecidos.
Luís Fiadeiro, presidente da Assembleia Geral frisou que a melhor forma de agradecer este gesto é lutar pela alteração do Estatuto do Dador de Sangue.
“Estamos cheios de palavras, é preciso passar aos atos e eu aqui vou salientar outro aspeto: há necessidade de dar mais atenção a quem é dador e, já agora que estamos a falar em alterações legislativas, seria importante, também, que o Estatuto do Dador tivesse um conjunto de alterações que possam permitir um maior reconhecimento àqueles que fazem da dadivada de sangue uma prática de vida”, disse
Detalha que deve estar contemplada a falta justificada ao serviço, em dia de dádiva, sem perda de remuneração, durante todo o dia, bem como uma majoração na reforma, deu como sugestão.
Presente na cerimónia Paulo Cardoso, em representação da Federação das Associações de Dadores de Sangue, FAS Portugal, também abordou o tema, frisando que a FAS pretende que essa alteração aconteça, uma vez que há situações que penalizam o dador.
Sublinha que é justificada falta ao trabalho, no tempo necessário para a dádiva, mas “já existem casos em que esse dador é penalizado no prémio de assiduidade e na majoração de férias”, o que, disse, “é inadmissível”.
Sublinha que desde 2012 se perdeu o direito ao dia, o que é prejudicial: “há muitos postos de trabalho em que a pessoa vai fazer esforços, vai estar sujeito ao calor, provavelmente privado de beber água cada vez que quer. E isto vai contra o que nós dizemos ao dador sobre o que deve fazer após a dádiva”, sublinhou, vincando que são situações que podem afastar os dadores.
Abel Cardoso, em representação da União de Freguesias da Covilhã e Canhoso, ex-dirigente do Grupo e antigo dador de sangue, deixou um testemunho de “orgulho pelo trabalho desenvolvido” pelos dirigentes e pelo número crescente de dadores que estes motivam.
A terminar a sessão Vítor Santos anunciou que, fruto de uma candidatura à Fundação La Caixa, o Grupo vai adquirir macas novas para dar melhores condições para os dadores na sua sede.
Recordar que o Grupo tem recolha de 15 em 15 dias na sede, e de forma regular em Tortosendo, Ferro, Belmonte, Penamacor e Fundão. Tem também na Faculdade de Ciências da Saúde da UBI e Polo I.
O dirigente sublinhou que um aniversário serve para celebrar a vida e, neste caso, para agradecer o gesto a cada dador que salva-vidas.