O aumento das pensões superior ao valor da inflação e a gratuitidade dos transportes para os reformados no concelho da Covilhã são duas das principais reivindicações saídas do 26º convívio de reformados, promovido pela Inter-reformados da União dos Sindicatos de Castelo Branco, Associação de Reformados da Covilhã e União de Reformados do Tortosendo.
“Duas questões são centrais neste momento, que é o problema da gratuidade dos transportes, em que houve o compromisso da Câmara que ainda está em funções de, até ao final do mandato, proceder à gratuidade para todos os reformados portadores do cartão social, coisa que não aconteceu. E também, naturalmente, a questão das pensões, e agora que temos o Orçamento do Estado já conhecido, em que, mais uma vez, se coloca a questão de ser insuficiente o aumento que está previsto, já que apenas visa ser um aumento dado em função da inflação, o que não melhora o poder de compra, quanto muito apenas repõe, e só em parte”, disse Luís Garra em declarações à Rádio Clube da Covilhã.
Para o presidente da Inter-reformados as pensões são claramente insuficientes para garantir um envelhecimento digno e injustas para quem teve uma longa vida de trabalho.
Na área dos transportes é ainda exigido que o sistema de gratuitidade seja válido para os transportes ferroviários que venham a ser criados entre a Guarda, Belmonte, Covilhã, Tortosendo, Fundão, Castelo Branco e vice-versa.
Durante a sua intervenção no encontro Luís Garra anunciou que logo que o novo Presidente da Câmara Municipal tome posse, vai solicitar-lhe uma reunião para tratar desta questão.
Realça, ainda, que há muitas outras exigências para esta camada da população.
“Com o envelhecimento da nossa população, novas exigências se colocam ao nível da proteção social, ao nível da saúde, ao nível dos transportes, da mobilidade e ao nível da habitação. Esta camada da população tem problemas sérios ao nível do isolamento e, portanto, tem que haver políticas autárquicas, centrais, nacionais, direcionadas para esta camada da população, coisa que não acontece”.
“É uma camada da população muito apetecível em determinados momentos, mas muito esquecida depois desses momentos passarem”, disse o sindicalista.
Sublinhando ainda que muitos dos idosos necessitam de cuidadores, põe em evidência, também, a necessidade de aplicar e melhorar a lei no que respeita aos cuidadores informais.
“Desde logo, aplicando a lei que está aprovada, que não está a ser aplicada, porque, de facto, hoje cada vez mais idosos, porque não tem entrada nas poucas vagas que existem ao nível dos lares, têm de ser os familiares, filhos ou netos a tomar conta dos idosos e isto tem de ter um enquadramento legal para que essas pessoas que acabam por estar a dar muito de si para tratar dos seus idosos tenham efetivamente um estatuto e um estatuto remuneratório também. É nesse sentido que nós nos colocamos”, disse.
O 26º Convívio de Reformados decorreu no sábado, dia 11, no Jardim Público da Covilhã.