Com organização do Teatro das Beiras, 45 anos depois do primeiro Ciclo de Teatro de Outono, decorre entre 13 e 22 de novembro a 43ª edição do Festival de Teatro da Covilhã. Com menos tempo que o ciclo inicial, “porque se adaptou à realidade”, continuando ainda a fazer sentido realizá-lo, sublinha Fernando Sena.
“Não havia nada, nem na Covilhã, nem no Fundão. Houve anos em que o Ciclo de Teatro de Outono tinha extensões ao Fundão e a Belmonte. Hoje não se justifica fazer mais do que este tempo, porque há outras programações, no Teatro Municipal e não só, e temos de ter em atenção que a população não é assim tão grande quem assiste ao teatro ainda é menor. Há um certo compromisso entre o que é a realidade da região e organização do festival, disse Fernando Sena.
Celina Gonçalves, reforça que “para além da dinâmica da cidade há a dinâmica do próprio Teatro das Beiras, que tem programação ao longo do ano, com a 4ªs de Teatro, e por isso faz sentido que seja mais reduzido este Festival”, apontou.
Um evento que pretende ser “a festa do teatro”, com programação dedicada à infância e juventude e outra para o público em geral.
Uma fórmula já com alguns anos e que se mantém, disse o diretor artístico do certame Fernando Sena.
Durante os sete dias de festival há 4 peças para o público em geral, nos dias 13, 15, 20 e 22 de novembro, estando as restantes datas reservadas para o público infantojuvenil, com três peças diferentes e 5 sessões.
Ao todo o Teatro das Beiras conta receber cerca de 400 crianças de escolas do concelho, desde o pré-escolar ao secundário, com o objetivo de criar o hábito de vir ao teatro.
“promover desde tenra idade o teatro como uma disciplina para pensar o mundo e criar este hábito, para que isso faça parte da vida deles, desde pequeninos, para que depois em adultos tenham essa necessidade”, disse Celina Gonçalves, também diretora do Teatro das Beiras.
O festival arranca no Teatro Municipal, a 13 de novembro, às 21:30, com a Companhia de Teatro de Braga, que apresenta a peça “Os das latas de conserva”, de Edward Bond, com encenação de Rui Madeira, “trazendo a esperança de nos ajudar a descobrir em que Lugar estamos”.
Segue depois para o Teatro das Beiras – Auditório Fernando Landeira, onde serão apresentados os restantes espetáculos.
A 14 de novembro, às 14:30, o Karlik danza teatro apresenta “Y fuimos héroes”, de Maribel Carrasco, com encenação de Cristina D. Silveira, uma história onde o poder da infância e o poder da maturidade se evocam e se complementam mutuamente, numa sessão dirigida a público escolar.
A 15 de novembro recebe a Escola de Mulheres, às 21:30, com “A loucura é o mais credível oráculo”, com texto de Cláudia R. Sampaio, encenação de Marta Lapa, interpretação e cocriação de Margarida Cardeal e Vitor Alves da Silva, uma sessão para o público em geral.
Seguem-se dois dias dirigidos ao público escolar, com os espetáculos “1 Planeta & 4 Mãos”, pela Companhia Certa da Varazim Teatro, que traz um conto cheio de apelo aos sentidos, onde as crianças são envolvidas nesta grande aventura de salvar o planeta, a 18 de novembro, às 11:00 e às 14:30.
“Sermão de Sto. António aos peixes… e aos outros pela divina graça do Teatro”, pela ACTA – A Companhia de Teatro do Algarve, onde Alexandre Honrado escreve a partir de Padre António Vieira, abordando os temas da corrupção e do abuso de poder, no dia 19 de novembro, às 11:00 e às 14:30.
A 20 de novembro, o Teatro de Marionetas do Porto apresenta “Orfeu e Eurídice”, com encenação e dramaturgia de Roberto Merino, um espetáculo de marionetas que toma como base o mito de Orfeu, escrito por Ovídio, e segue o percurso do jovem herói, filho de Apolo (em algumas versões), o seu casamento com Eurídice, a morte desta e o intento do seu resgate do reino do Hades por parte de Orfeu, um espetáculo para o público em geral.
O Festival de Teatro da Covilhã termina a 22 de novembro, com a estreia da 121ª produção do Teatro das Beiras, a peça “O Coração de um Pugilista”, de Lutz Hübner, com encenação de Jorge Silva e interpretação de Miguel Brás, como Jójó, e Victor Santos, como Leo, onde de um confronto geracional nasce a vontade de se ajudarem mutuamente na concretização dos seus sonhos. A estreia esteve agendada para outubro, mas teve de ser adiada.
Sublinhar ainda, no dia 15 de novembro, às 21:00 a inauguração da exposição “Gil Salgueiro Nave, o percurso no Teatro das Beiras”, na sala do público do Teatro das Beiras, uma mostra que ficará patente para além do festival.
