No discurso de tomada de posse, Miguel Gavinhos, novo presidente da Câmara Municipal do Fundão, sublinhou que conta com todos para governar, incluindo os municípios vizinhos a quem propõe um pacto de coesão. Propõe um trabalho de união especial com a Covilhã que pode alavancar os dois territórios, defendeu.
Dirigindo-se a Hélio Fazendeiro, presidente da Câmara Municipal da Covilhã, sublinhou que os dois concelhos, são “aliados regionais naturais”, têm “uma continuidade urbana quase estabelecida entre as duas cidades”, afirmando que “não podemos ser concorrentes, temos que ser complementares e agir como um polo de desenvolvimento regional”.
Apontou “a rede de transportes”, em que coloca a bandeira de se assegurar “a criação de um metro de superfície entre as duas cidades. Sublinhou também “a economia, não podemos falar de espaços para investidores com valores completamente díspares. A cultura tem que funcionar em rede, na educação, no desporto, no ensino superior, o mesmo”, disse.
Assegura que é preciso “fomentar as relações, as comunicações e as trocas. Sem desprimor por ninguém, mas juntos seremos o motor desta região”, vincou, propondo estabelecer “um pacto para a competitividade”, aprofundando “estrategicamente” o que une os dois concelhos e definir “um plano de ação multiáreas comum”.
Gavinhos desafia à união da região em torno dos problemas comuns, estabelecendo um pacto de coesão.
“É um pacto para a coesão. Façamos dos nossos problemas comuns um instrumento de trabalho estratégico. A nossa dificuldade na rede de transportes é comum. O problema de acesso à rede de cuidados primários é semelhante. A rede viária, e a distância ao litoral, é comum. O problema da segurança, os problemas da floresta, dos incêndios, são comuns”, disse.
Realça que “todos estes exemplos comuns são problemas que extravasam os perímetros dos concelhos, dos distritos e das Comunidades Intermunicipais”, questionando: “Faz sentido cada município defender um traçado diferente para a Estrada Nacional 238? Deve o ICC-6 ser um projeto comum ou não? Faz sentido cada concelho ter uma política florestal diferente, como se o fogo percorresse caminhos diferentes de concelho para concelho?”.
Em termos internos o novo presidente da Câmara Municipal Conta com todos, disse dirigindo-se aos funcionários quem assegurou que “não haverá caça às bruxas”.
Já as forças políticas eleitas, “têm de por o Fundão à frente”, disse, prometendo diálogo, mas também exigindo a legitimidade para governar que o resultado eleitoral lhe confere.
“Todos os eleitos que tomaram posse hoje terão legitimidade própria. Desse modo, todos eles terão, terminadas as eleições, de colocar o “Fundão à frente”. “Serão chamados a colocar o Fundão em primeiro, ou os interesses partidários. A mim caber-me-á abrir o projeto, gerar consensos, procurar acordos, respeitar as convicções de cada um, mas de igual modo exigir o respeito pela legitimidade que foi conferida ao nosso projeto e ao nosso programa eleitoral”, disse.
Apontou que a única linha vermelha que terá na sua gestão autárquica, em termos políticos, será a de uma coligação negativa que seja criada para bloquear o desenvolvimento do concelho.
“A coligações negativas, em que todas as forças políticas da oposição se possam unir para bloquear a governação, porque essa é a única forma de bloqueio, quero dizer com clareza, saberei responder. Essas é que são as linhas vermelhas”, disse, frisando que à frente estarão sempre “a estabilidade e a governabilidade”, sem contrariar os princípios do programa, apontando que todos os contributos positivos são bem-vindos, mostrou-se disponível “para estabelecer compromissos”.
A situação financeira do Município também esteve presente na sua intervenção, recordando que o Fundão está “dentro do programa de equilíbrio financeiro, e tem uma divida grande”. Recordou que há casos para resolver em tribunal, obra a concluir e outras para avançar e por isso frisa que irá pedir reunião “à CCDRC e a CIM, para assegurar a reprogramação dos investimentos em curso e alinhar o valor do FEDER que o Fundão tem no Quadro 2030 com o programa eleitoral que apresentou e foi sufragado”.
O novo executivo do Fundão é liderado por Miguel Gavinhos (PSD), tem como vereadores do PSD Jorge Simão e Susana Salvado. Do PS são vereadores Tiago Soares Monteiro e Rui Pelejão, da Comunidade com Força, Pedro Neto e do Chega, Manuel Marques da Silva.
