SCC: Joel Vital cooptado presidente numa votação muito contestada

Joel Vital foi cooptado presidente do Sporting Clube da Covilhã, segundo anunciou o presidente da Assembleia Geral do Sporting Clube da Covilhã, Francisco Moreira, que acabou por não anunciar o resultado da votação, num momento que gerou grande contestação na reunião magna do Sporting da Covilhã, ontem à noite.

Esta situação foi mais uma acha para a fogueira de uma assembleia geral em que os sócios entraram divididos, durante os trabalhos não se ouviram e saíram de costas voltadas, com alguns ânimos muito exaltados.


Num dos pontos mais aguardados da reunião, a ratificação da cooptação de Joel Vital para presidente da direção, a votação acabou por ser de braço no ar, ao invés de voto secreto, por decisão da maioria dos sócios presentes.

Foi desde logo um momento polémico uma vez que Francisco Moreira, presidente da Mesa da Assembleia Geral, terá dito a alguns sócios que a votação seria por voto secreto.

A polémica subiu de tom quando Francisco Moreira pediu para votarem os que eram contra a cooptação, e, sem contar os presentes na sala, que esteve sempre de porta aberta, nem perguntar quem votava a favor, anunciou a cooptação de Joel Vital.

O próprio Joel Vital, disse aos jornalistas, que não concordou com esta condução de trabalhos.

“A maioria dos sócios presentes, não votando, cooptou o presidente”, disse Joel Vital.

“O não foi votado, o sim estava com quase dois terços, mas devia ter-se levantado o braço para ser mais claro. Compreendemos o desgaste do presidente da assembleia geral, mas poderia ter conduzido melhor os trabalhos nesse ponto”, disse o presidente.

Joel Vital acabou por não se dirigir aos sócios depois de cooptado, uma vez que “não havia condições”, justificou.

“Ainda me dirigi à mesa para falar, mas não havia condições”, vincou aos jornalistas, concluindo que “a Assembleia deveria ter sido melhor dirigia. Foi isso que levantou este burburinho”.

Joel Vital voltou a defender que este não é o momento para eleições no Sporting da Covilhã, garantindo que tal deve acontecer no final da época.

“Nós queremos levar o clube até final de maio, cumprir com tudo o que foi prometido no início da época a fornecedores, patrocinadores a toda a gente e no final da época há eleições”, disse.

“Neste momento temos o mercado de janeiro para preparar, neste momento não é o ideal ir para eleições”.

O dirigente voltou a frisar que “não está agarrado a nada” e todas as decisões serão sempre dos sócios.

 “Nós estamos de peito aberto, de cara lavada, não estamos presos a nada. Queremos sustentar isto até maio e depois que possa vir alguém ajudar o clube. Se for alguém da Covilhã, com dinheiro da Covilhã melhor ainda, mas eu duvido muito porque nós batemos às portas todas, dos possíveis investidores que ganham milhões na Covilhã e não há 1 euro”, disse.

Uma assembleia geral em que as contas do clube também foram aprovadas, com 8 abstenções. Contas que espelham dificuldades financeiras.

126 mil euros negativos de resultado líquido na última época, cerca de 332 mil euros de passivo total no clube e 350 mil euros de prejuízo na SDUQ na última época.

Joel Vital frisa que é preciso inverter esta situação, colocando o assento tónico na SDUQ.

“A SDUQ traz um grande transtorno. Se formos pegar nas contas de há dois anos, só o clube, dava lucro de cerca de 30 mil euros. Neste resultado de hoje, o clube, sem a SDUQ, dava um resultado positivo acima dos 200 mil euros. Cabe-nos a nós arranjar uma solução, mas os sócios terão sempre a última palavra no modelo de gestão que pretendem para o clube”, disse, reforçando que os investidores que recentemente apresentou “não são os finais” outros poderão surgir.

A assembleia geral do Sporting da Covilhã decorreu no salão dos Bombeiros Voluntários da Covilhã, foi muito participada e logo no período antes da ordem do dia foram várias as vozes que mostraram a sua insatisfação com a forma como o clube tem comunicado com os sócios, fazendo anúncios em conferencias de imprensa e entrevistas de pontos importantes para o futuro do clube.

Em algumas das intervenções foram pedidas eleições, considerando que a direção está fragilizada.

Por entre as críticas ouviram-se vozes a apelar à união, frisando que “não há uns sócios do sim e outros do não, mas sócios do Sporting da Covilhã”, um apelo que Joel Vital também repetiu.

“O ruído dos sócios é bom. Os sócios podem e devem sempre manifestar-se. Este ruído que o Marco Gabriel há pouco falou é bom, nós queremos e precisamos que os sócios tenham voz, porque se os sócios perderem a voz a direção vai fazer sempre o que quer e nós não queremos isso. Queremos é união”, concluiu.