A Vasp, empresa que distribui jornais e revistas em Portugal, está a reavaliar rotas diárias em oito regiões, uma delas esta, por considerar que são deficitárias em termos de receitas colocando vários cenários em cima da mesa.
“Na ausência de soluções que assegurem a manutenção integral do serviço nos atuais moldes, a VASP informa que se encontra a avaliar a necessidade de proceder a ajustamentos em determinadas rotas, nomeadamente nos seguintes distritos: Beja, Évora, Portalegre, Castelo Branco, Guarda, Viseu, Vila Real e Bragança”, divulgou em comunicado.
Uma situação que Hélio Fazendeiro, presidente da Câmara Municipal da Covilhã, considera “preocupante”, apontou na reunião privada da autarquia e sublinhou depois no habitual encontro com os jornalistas.
“Para nós é preocupante”, disse, detalhando que “o direito à informação, é um direito que para nós é inalienável e que deve ser garantido e assegurado, independentemente, da presença territorial dos portugueses e preocupa-nos esta situação”.
“Nós compreendemos que devem ser garantidas condições de livre concorrência e de apoio a esta distribuição, mas achamos que é indispensável que o Governo assegure a distribuição e o acesso à imprensa escrita que é um direito que decorre em todo o território nacional”, disse. Ressalva que esta posição da empresa “prejudica não só o acesso dos covilhanenses aos jornais nacionais, mas também a própria distribuição de jornais regionais que utilizam esse meio de distribuição para chegar às bancas”.
Frisa ainda que “num tempo em que as notícias falsas e informações que não correspondem à realidade proliferam, é importante que consigamos ter meios fiáveis para nos informar”. Concluiu que “a imprensa escrita é um meio de comunicação importante, um meio de informação segura”, vincou.
Recordar que a Vasp assegura que “nenhuma decisão definitiva foi ainda tomada, estando esta avaliação em curso com o objetivo de encontrar alternativas que minimizem o impacto sobre editores, pontos de venda e populações”.
Recordar que o ministro da Presidência, António Leitão Amaro, afirmou esta quinta-feira, depois do Conselho de Ministros, que qualquer solução pública que ajude a assegurar a distribuição de imprensa no território nacional implicará sempre “mecanismos concorrenciais” e não passar cheques a uma empresa em concreto.
