O projeto SerE+ – Rede de Áreas de Aceleração de Serviços dos Ecossistemas na Serra da Estrela, que arrancou em novembro, pretende reforçar a conservação dos valores naturais, o restauro ecológico e a resiliência do território face às alterações climáticas, promovendo simultaneamente o bem-estar das populações e a sustentabilidade da economia regional.
A iniciativa, que decorrerá entre 2025 e 2028, abrange os concelhos integrados no Parque Natural da Serra da Estrela, nomeadamente Seia, Celorico da Beira, Covilhã, Gouveia, Guarda e Manteigas, assumindo o concelho de Seia um papel central no desenvolvimento do projeto.
O SerE+ é implementado por um consórcio coordenado pela organização não governamental de ambiente Palombar – Conservação da Natureza e do Património Rural, contando ainda com a participação do CE3C – Centro de Ecologia, Evolução e Alterações Ambientais da Faculdade de Ciências da Universidade de Lisboa, do Município de Seia, através do Centro de Interpretação da Serra da Estrela, e do Consejo Superior de Investigaciones Científicas (CSIC), de Espanha, através da Estação Biológica de Doñana.
O projeto conta com o apoio do Programa Promove, da Fundação “la Caixa”, em colaboração com o BPI e a Fundação para a Ciência e a Tecnologia (FCT).
Entre as principais ações previstas está a identificação de áreas prioritárias de elevado valor natural, com potencial para medidas de restauro ecológico e aceleração dos serviços dos ecossistemas. Está também prevista a avaliação, quantificação e mapeamento desses serviços, envolvendo agentes locais e diferentes partes interessadas, incluindo nos concelhos abrangidos, como a Covilhã.
A iniciativa contempla ainda a delimitação de uma rede de Áreas de Aceleração de Serviços dos Ecossistemas na Serra da Estrela, validada no terreno, a criação de um Web SIG interativo de acesso livre, um estudo de valoração económica não financeira dos serviços dos ecossistemas e a implementação de ações de restauro ecológico numa área-piloto localizada no concelho de Seia.
Para Pedro Horta, investigador da Palombar e coordenador do projeto, o SerE+ “representa a oportunidade inequívoca de colocar finalmente a conservação da natureza ao lado do progresso e do desenvolvimento regional da Serra da Estrela, com base em princípios de sustentabilidade”.
As áreas integradas nesta rede funcionarão como microreservas de biodiversidade e territórios-fonte de serviços ecossistémicos essenciais, como a regulação climática, a polinização, a purificação da água e do ar, o controlo de doenças e pragas, a promoção do bem-estar em espaço natural, o suporte à biodiversidade e o sequestro de carbono, gerando benefícios concretos para as populações, a natureza e a economia regional, incluindo no concelho da Covilhã.
Foto de André Ferreira na Unsplash
