A Câmara Municipal da Covilhã tem o objetivo de atingir a gratuitidade para os utentes do Cartão Social Municipal, mas tal não será para avançar em 2026.
Foi a resposta de Hélio Fazendeiro, Presidente da Câmara Municipal da Covilhã, a Luís Garra, que, em nome da Inter-reformados de Castelo Branco, da Associação de Reformados da Covilhã e da União de Reformados do Tortosendo, esteve na reunião pública da autarquia a reclamar esta promessa do anterior executivo.
“Nós estamos aqui por causa da gratuitidade dos transportes públicos para os portadores do Cartão Social, por causa da redução tarifária dos transportes urbanos da Covilhã, por causa do exorbitante preço dos transportes das freguesias rurais para a Covilhã e vice-versa. Lembramos que de São Jorge da Beira para a Covilhã, o passe social custa perto de 130 euros”, disse.
Recordou que a gratuitidade tinha sido uma promessa de Vítor Pereira, para entrar em vigor até ao final do mandato anterior, feita quando anunciou a redução de 50 para 75% do preço do passe para estes utentes.
Luís Garra recordou, também, que na última reunião de Câmara do mandato anterior esteve presente na ordem de trabalhos uma recomendação do então presidente Vítor Pereira que ia nesse sentido, sublinhando que esta teve por base uma reunião em que Hélio Fazendeiro também participou como Chefe do Gabinete do presidente.
Luís Garra relembrou, ainda, que em algumas das reivindicações a CIM Beiras e Serra da Estrela terá “uma palavra a dizer”. Sublinhou também que já foi pedida uma reunião a Hélio Fazendeiro, mostrando-se disponível para se sentar à mesa e negociar o dossier.
“Esta medida devia entrar em vigor a 1/01/2026 e estamos na data em que estamos, final do ano, e tudo aponta que não, a não ser que hoje o Senhor Presidente e os senhores vereadores nos digam que estamos enganados, e ficaremos muito satisfeitos por estar enganados e não teremos qualquer tipo de problemas em pedir desculpa pela nossa precipitação. Nessa medida aquilo que nós queremos manifestar de uma forma muito construtiva é que estamos disponíveis para, logo que o Senhor Presidente queira, mas tem de ser rápido e com urgência, nos sentarmos para encontrar uma solução para este problema”, disse.
Hélio Fazendeiro realçou que para já não é possível essa gratuitidade apontando que a estratégia é alargar a rede de transportes e conseguir passe único para o concelho de 30 euros.
“Nós temos uma estratégia para o mandato, e que vamos continuar a lutar que é alargar a oferta de transporte em termos urbanos, em horários e rotas, mas sobretudo para todo o Concelho e também de intervirmos no custo da mobilidade na Covilhã, com a ambição de ter um passe para o concelho de 30 euros”, disse.
Também frisou que mantém “o compromisso de compreender as ambições dos reformados, a dificuldade que têm, as baixas reformas, a dedicação de uma vida inteira de trabalho à nossa comunidade”, mas “não conseguiremos chegar, de imediato, a essa ambição da gratuidade”.
Sublinha que a autarquia “investe muito próximo de 2 milhões de euros por ano em transportes e, portanto, é preciso enquadrarmos e gerirmos toda esta resposta em termos de mobilidade, com as ambições legítimas das várias faixas da população. Nós chegaremos a esse ponto quando tivermos condições para o fazer”, disse.
Hélio Fazendeiro pediu desculpa por ainda não ter conseguido realizar a reunião pedida pela União dos Sindicatos, concluindo que “irá analisar no futuro quando será possível ir ao encontro destas ambições, e também as necessidades de alteração e de concertação com a Comunidade Intermunicipal sobre o que são os transportes em todo o concelho”.
Na mesma reunião o presidente da Câmara da Covilhã deu “as boas-vindas ao exército de combate” que luta por melhor mobilidade e por igualdade de oportunidades nestes territórios de baixa densidade, quando comparados com as zonas metropolitanas de Lisboa ou Porto, a uma munícipe que também apontou a falta de transportes, por exemplo para Castelo Branco.
Recordou que apesar da luta “ainda hoje os territórios como a Covilhã não são compensados, não recebem as verbas necessárias para construir e robustecer uma oferta de transporte público ao nível daquilo que as nossas populações merecem e daquilo que as nossas condições exigem. É o que o nosso concelho exige e que tem sido uma batalha que tenho travado há muitos anos, noutras funções, nomeadamente como eleito na Assembleia Municipal, e que agora continuarei a assumir enquanto Presidente da Câmara Municipal da Covilhã”, disse, sublinhando que a União de Sindicatos e a Associação de Reformados têm sido aliados nesta causa.
O autarca frisou que a mobilidade é um tema “que desce cedo” o interessou, recordando que já em 2018 aplaudiu a criação de passes úncios para as áreas metropolitanas, a 30 euros o concelhio e a 40 o intermunicipal, vincando que irá continuar a pugnar para que também aqui haja uma boa rede de transportes e a preços justos.
Nesta matéria destacou que a Covilhã é, ainda assim, uma exceção, frisando que a maioria dos concelhos do país, no Interior, não têm serviço de transportes.
Sobre as queixas que se ouviram à pouca quantidade e à degradação dos abrigos de passageiros, o autarca frisou que o município “está atento” e a fazer o levantamento para a requalificação, nuns casos, e para a notificação à concessionária em outros.
Ainda na reunião, António Vicente, Vereador do MIPP, apontou a dualidade nos pagamentos entre quem vive na Covilhã e nas freguesias rurais, vincando que o Movimento defende o passe concelhio a 20 euros.
José Eduardo Cavaco (+Covilhã) também salientou a degradação dos abrigos de passageiros que requerem intervenção urgente.
