Carlos Cortes, Bastonário da Ordem dos Médicos, exortou os jovens médicos que fizeram na Covilhã o Juramento de Hipócrates e apostarem na especialização.
O responsável vinca que Portugal não precisa de médicos, precisa de médicos especialistas.
“Aquilo que o país precisa não é de médicos, mas sim de médicos especialistas. Portanto, eu convidei aqui estes jovens médicos também a apostarem na diferenciação, a apostarem na especialização”, sublinhou.
Carlos Cortes também realçou que é necessário tornar o SNS mais atrativo para captar os médicos de que precisa.
Vinca que em Portugal não há falta de médicos, há falta de médicos é no SNS.
“Há um grande problema no país, não há falta de médicos, há falta de médicos é no Serviço Nacional de Saúde, SNS, e não há nenhum mecanismo, não há políticas de atração dos médicos para o SNS, para os locais onde eles fazem falta, como por exemplo, aqui na Covilhã, na Guarda, em Castelo Branco, nestes vários hospitais e nos Centros de Saúde.
Também sublinha que a Ordem já entregou um conjunto de 25 medidas ao Ministério da Saúde para atrair médicos para o SNS.
Entre essas medidas Carlos Cortes destaca a revisão da Carreira Médica e incentivos à colocação de médicos em territórios de baixa densidade, mas que não sejam incentivos só para o médico, mas mais abrangentes.
“Quando se fala de Carreira Médica, muitas vezes nós pensamos nas questões remuneratórias. Não tem nada a ver com isso. Eu estou a falar na perspetiva Técnico-Científica da Carreira Médica, que permite a um médico progredir ao longo da sua vida, e permite também aos médicos de se poderem organizar através das equipas, nos hospitais, nos centros de saúde, onde toda a gente sabe exatamente qual é a sua posição nessa equipa”, disse,
Também salienta que é necessário abranger áreas que estão foram da Carreira Médica, dando o exemplo do INEM, que não faz parte da carreira, assim como a gestão de controlo de infeção, frisando que “a Carreira Médica tem se ser atualizada”.
Outro aspeto tem a ver com as áreas de baixa densidade populacional que devem ter medidas “no sentido de tornar estes locais mais atrativos, com incentivos não só considerando o médico como uma pessoa individual, mas como uma pessoa que tem uma família, muitas vezes que está casado, que tem filhos. Tem de haver aqui um enquadramento da sua estrutura familiar nesses sítios”, sublinhou.
Carlos Cortes realça ainda o caso dos “médicos que emigraram e parece que o país se esqueceu deles, porque aquilo que nós sabemos é que esses médicos querem voltar para o seu país e, portanto, apresentamos também um plano de ajuda a que para que esses médicos possam regressar, nomeadamente com a construção de um guia de regresso”, disse.
Carlos Cortes falava aos jornalistas, à margem da cerimónia que decorreu no Grande Auditório da Faculdade de Ciências da Saúde da UBI na sexta-feira, dia 5.
O Juramento de Hipócrates é um juramento solene efetuado pelos médicos, tradicionalmente por ocasião de sua formatura, no qual juram praticar a medicina honestamente, simbolizando a profissionalização de jovens médicos.