União dos Sindicatos satisfeita com números da greve. 70% de adesão global na região

“A região deu uma resposta clara e inequívoca aos anseios dos trabalhadores, que é derrotar o pacote laboral proposto pelo Governo”, disse Sérgio Santos, Coordenador da União dos Sindicatos de Castelo Branco, mostrando-se muito satisfeito com os 70% de adesão global à greve na região.

Descreve que os setores mais afetados foram as escolas, com paralisações a rondar os 95% no distrito e a saúde com muitos serviços nos hospitais e centros de saúde encerrados.


O setor privado teve números mais baixos de adesão, mas ainda assim com empresas em que se chegou a parar, sublinha o sindicalista.

Na APtiv a adesão rondou os 80% nos primeiros turnos, nos lanifícios ronda os 80%, nas Minas da Panasqueira ronda os 90%, nos transportes de passageiros urbanos, na Covilhã e Castelo Branco, ronda os 98%, sendo que na Covilhã é 100%. Nos call centers do distrito ronda os 80% de adesão, na vigilância privada e limpeza industrial a adesão é de 55%, na hotelaria a adesão é de 90%, na administração local a adesão é de 65%, no Tribunal da Covilhã ronda os 70%.

A Segurança Social na Covilhã, Fundão, Castelo Branco e Sertã está encerrada, detalhou também aos jornalistas, à margem de uma concentração de trabalhadores realizada no Pelourinho, na Covilhã, assegurando que a adesão no distrito, de uma forma global, é de 70%.

Para Sérgio Santos são números que mostram “o descontentamento geral dos trabalhadores”, e que contrariam os dados avançados pelo Governo, que fala em adesão entre 0 a 10%.

Sérgio Santos recorda que na região, para além da luta contra o pacote laboral e contra os baixos salários, junta-se ainda a luta pelo subsídio de refeição no setor têxtil que ronda os 2,65 euros. “Uma vergonha”, diz.

“No setor têxtil não é só o pacote laboral que está em causa, também os baixos salários, porque é um setor predominantemente de ordenado mínimo nacional, que vai subir, supostamente, para 920 euros, mas também o subsídio de alimentação que é 2,65 euros. E, por aquilo que está negociado com a outra central sindical, que é uma negociação até 2036, estamos a prever é que para o próximo ano haja aumento de 13 cêntimos no subsídio de alimentação, porque a inflação prevê-se que seja de 2,8%. Ou seja, para estes trabalhadores dos têxteis e dos lanifícios pesa ainda mais esta greve geral”, disse.

Sérgio Santos, questionado sobre a greve convocada para amanhã, dia 12, sublinha que se trata de sindicatos independentes que “vêm tirar força à greve geral de hoje, para amanhã fazer uma ponte e ficar em casa”. “Tira força aos legítimos interesses dos trabalhadores”, concluiu.