Um mandato de ação, mas sem descurar o “diálogo e a discussão serena e produtiva das questões importantes para a Covilhã”. Foi o compromisso assumido por Vítor Pereira no seu discurso de tomada de posse esta sexta-feira.
Para o autarca, os covilhanenses escolheram, a 1 de Outubro, de “forma inequívoca a sua forma de fazer política que se contrapõe ao autoritarismo”. Salientando que as eleições já passaram, “agora é o tempo da determinação e capacidade para encontrar amplos consensos nos grandes desígnios do progresso e do desenvolvimento”.
De resto, e para a ação que pretende imprimir ao seu mandato, Vítor Pereira conta com um maior “desafogo financeiro”. A partir do último trimestre de 2018 haverá mais fundos em tesouraria, “uma vez que vários compromissos da autarquia terminam nessa altura”. Para além dessa almofada financeira, a autarquia “está já a procurar soluções para restruturar o serviço da dívida, renegociando empréstimos, para assim ter verba livre para melhor aproveitar o quadro comunitário de apoio”.
Há melhores perspetivas, na hora de tomar posse, do que teve há 4 anos, mas “o rigor na gestão será para manter”, disse Vítor Pereira, garantindo que “com a sua gestão não haverá ciclos de despesismo que levem ao descontrolo financeiro da Câmara”.
No que toca aos investimentos, e com a máxima de que o “desenvolvimento não se contabiliza com KM de estradas e metros cúbicos de betão”, Vítor Pereira garante que irá “privilegiar aqueles que em primeiro lugar trarão bem-estar às populações”. Vai adjudicar na primeira reunião do executivo as obras de remodelação do Teatro Municipal, tem a decorrer a implementação de rede Wi-Fi grátis em locais turísticos, e coloca como prioritárias a criação do Centro de Inovação Social, a criar no antigo liceu, e Centro de Inovação Empresarial, nas antigas instalações da APPACDM, obras que têm financiamento do âmbito do Plano de Desenvolvimento Urbano (PEDU) da Covilhã.
A preservação do património também será para continuar neste mandato. Nesse âmbito, Vítor Pereira irá criar “um grupo de trabalho para candidatar as ribeiras e fábricas a Património da Unesco”.
No primeiro discurso enquanto presidente de Câmara reeleito, Vítor Pereira garantiu que ”irá exigir do governo as obras que são fundamentais no concelho”, nomeadamente “o plano de reabilitação das rodovias municipais” e, na sequência dos incêndios deste verão no concelho, afirma que “é imperioso exigir disponibilidade para apoiar a autarquia na recuperação de estruturas de uso coletivo, como estradas e caminhos públicos, espaços de convívio e áreas de lazer, bem como estruturas de apoio a bombeiros que ficaram danificados ou totalmente destruídos”. Adianta ainda que o levantamento dos prejuízos está já concluído. A nova barragem também não está esquecida e “a sua necessidade foi uma vez mais posta em evidência pela seca deste ano”.
Após tomar posse, Vítor Pereira reafirmou que este mandato “será tutelado pela liberdade e pela tolerância, sabendo que a liberdade implica a responsabilidade de agir e decidir e que a tolerância impõe a necessidade de ser transparente e de compreender e respeitar as opiniões dos outros”.
Já quanto a pelouros, o autarca garante que o seu despacho irá sair na próxima segunda-feira e só nessa altura os tornará públicos. No entanto sabe-se que o mesmo ficará com 15, 12 deles partilhados.
A cerimónia protocolar de tomada de posse ficou marcada pela ausência de Carlos Pinto, líder do movimento independente “De Novo Covilhã”. Tomaram posse os vereadores eleitos pelo PS José Armando Serra dos Reis, Regina Gouveia, José Miguel Oliveira e Jorge Gomes, e, por parte do CDS, Adolfo Mesquita Nunes.
O vereador do CDS garantiu aos jornalistas que pretende continuar a defender as 210 medidas que faziam parte do seu compromisso eleitoral e que irá demonstrar que é possível fazer política pela positiva.