O vereador do movimento “de Novo Covilhã”, após a inauguração em Viseu um Centro Tecnológico da Altice, acusa a Câmara da Covilhã de não ter influência junto da empresa para que investimentos deste tipo cheguem ao concelho, de forma a cumprir o acordo estabelecido em 2011. O Presidente da Câmara covilhanense, Vítor Pereira, responde que o contrato assinado em 2011 é “generoso” para com a empresa, acrescentando que este é um discurso de quem sofre de “síndrome de falta de poder”.
O ex-presidente Carlos Pinto, que assinou com a então Portugal Telecom o contrato para a construção do Data Center na Covilhã, afirma que na ata da reunião de 21-10-2011 está escrito que “a PT compromete-se a colaborar com o município no desenvolvimento de um Centro de Inovação e Tecnologia de Informação nas imediações do Data Center. Onde é que isto está cumprido?”, questiona. Carlos Pinto garante ainda que o terreno existente nas imediações do centro de dados foi “infraestruturado para que empresas clientes da PT ali se instalassem, por influência da própria PT, para ali criar um “campus” empresarial, único no país”. Para o vereador, o facto de o contrato não estar a ser cumprido não se deve à empresa, mas sim ao município por “não ter vocação nem trabalho para o efeito”. Carlos Pinto disse ainda que, havendo um claro incumprimento do estipulado, o município pode tomar medidas “ao nível dos benefícios fiscais, nomeadamente IMI” que a autarquia concede à empresa.
Em resposta, Vítor Pereira garante que a empresa está a cumprir “o contrato generoso que assinou”. Para o autarca, a única falha é a “construção do segundo cubo, embora tal não seja por falta de vontade da empresa, mas sim porque o que existe ainda tem capacidade de armazenamento de dados”. Quanto ao Centro de Inovação Tecnológica a instalar na Covilhã, cuja possibilidade foi anunciada pela Altice, “é nesta altura mais do que uma possibilidade”, assegura o Presidente. Já sobre os terrenos adjacentes ao Data Center, Vítor Pereira afirma que a Câmara da Covilhã está atenta, trabalhando todos os dias com o intuito de trazer “investimento e empresas neste domínio para o concelho”.
Relativamente às acusações de Carlos Pinto, de falta de influência do município para fazer cumprir o acordo, Vítor Pereira responde que se trata do discurso de quem “tem ânsia de protagonismo e ainda sofre da síndrome de falta de poder, agarrando-se a todos os palcos para dizer que ainda existe politicamente”. “Isso é do domínio da psicologia e da psiquiatria”, finaliza Vítor Pereira.