“Assustadores”. É assim que Diana Silva, da Coolabora – Gabinete de Apoio á vítima de Violência, que opera nos concelhos da Covilhã, Belmonte e Fundão e que registou nos primeiros 11 meses do ano 116 novos casos de violência doméstica.
Segundo a técnica, estes 116 novos casos representam 40% de todo o distrito e 70% deles têm violência física envolvida. Números que não estão distantes de outros concelhos, mas “tendo em conta a nossa realidade pequenina estes são números assustadores”. Casos que continuarão a existir se “não houver uma mudança estrutural na sociedade” que “continua assente nos valores patriarcais, havendo, por isso, uma desigualdade de poder entre homens e mulheres. Um problema de todos e temos que trabalhar para esbater estes estereótipos”, referiu.
Para Diana Silva, ao nível da lei também é preciso mexer, referindo que “o legislador também tem que estar atento”. Explica que “a lei que temos é boa, mas há aspetos que precisam de mudanças, como a proteção jurídica que é necessária para as vitimas, bem como é preciso rever as medidas de coação aplicadas aos agressores”. Afirma ainda que estes são dois aspetos que precisam de uma “evolução bastante assaz”.
Os números foram divulgados numa mesa redonda, que decorreu na Biblioteca Central da UBI, para assinalar a passagem na região da exposição “Aqui Morreu uma Mulher”. Esta exposição retrata locais reais onde mulheres perderam a vida, vítimas de violência doméstica.