O Grupo de Preservação da Serra da Argemela vai avançar com uma ação em tribunal, para travar a exploração mineira naquele local. Joana Bento, em representação do grupo avança que “o grupo está focado nesse recurso, atendendo às preocupações que existem”, face à destruição anunciada de um local “impar”.
Recorde-se que para a zona da Argemela existem dois pedidos de exploração mineira, um datado de 2011 (cerca de 400 ha) e outro mais recente, de novembro do último ano e para uma zona mais reduzida (cerca de 8 ha). O Grupo defende que os “impactos na população, na fauna e na flora serão idênticos”, em ambos os casos, “por se tratar de explorações a céu aberto”, com consequências muito “diferentes daquelas a que a população está habituada com as Minas da Panasqueira cuja exploração é subterrânea”.
O Grupo não se mostra contra a exploração mineira “só porque sim”, esclarece Joana Bento. O foco da questão está no equilíbrio custo/benefício, “que não existe”. O Grupo defende que “o que se vai retirar de bom não é suficiente para que se autorize uma exploração”. “Os impactos negativos serão inqualificáveis”, tanto para um pedido como outro, para além de que “o desenvolvimento que anunciam com a mina é uma quimera” denuncia Maria do Carmo. A integrante do grupo faz contas e afirma que “com o segundo pedido o número de trabalhadores passam de 70 a 100 para 10 a 15”, e com a certeza de que “só contratarão na região se for necessário uma vez que os funcionários virão de Aljustrel”, avança.
O Grupo tem efetuado diversas ações para travar a exploração mineira, recentemente foram recebidos pelo Secretário de Estado da Energia, “mas as garantias que recebe são insuficientes” para os perigos existentes, vão por isso avançar para tribunal.