A violência contra as mulheres foi o tema que dominou, grande parte, do período antes da ordem do dia, na Assembleia Municipal da Covilhã, esta quinta-feira à tarde.
Os deputados aprovaram uma moção, apresentada pela bancada do PSD, onde condenam a violência exercida contra as mulheres e recomendam práticas ao município para a sua prevenção e condenação dos agressores. No documento, a bancada laranja salienta que “a autarquia deve ser mais interativa no apoio à Coolabora, enquanto Gabinete de Apoio à Vitima” e recomenda que “sejam feitas ações de sensibilização, também, sobre a violência no namoro”. A promoção de “formação para os funcionários municipais, uma vez que a denuncia deste tipo de crimes é obrigatória para os funcionários públicos”, é outro dos itens da moção, que pretende ainda que a autarquia “intensifique os apoios às vítimas, nomeadamente com habitação, estudando a possibilidade de ter casas disponíveis”, disse João de Deus, deputado do PSD.
A moção foi aprovada com a abstenção do deputado do PS, Pina Simão. Na declaração de voto afirmou que, não votou favoravelmente uma vez que em determinados pontos, a moção “beneficia o infrator”, especificando que “proporcionar a possibilidade das vítimas abandonarem a casa da família, é beneficiar o agressor”, realçou que “não podemos legitimar estes atos”.
A restante bancada do PS votou favoravelmente, “para reforçar a importância que este assunto merece”, embora muitas das recomendações “já estejam em prática no município” disse Hélio Fazendeiro, reconhecendo ainda assim “que pode-se sempre fazer melhor”.
O PCP também votou favoravelmente, salientando que “a resolução do problema não passa só por estas moções”. Vítor Reis Silva chamou a atenção para a questão cultural subjacente ao problema, que só será alterada com “uma intervenção mais profunda”, deu como exemplo o “trabalho a realizar nas escolas”, “para a criação de um espírito de respeito pelos outros, independentemente do género”.
Também o movimento “de Novo Covilhã” votou a favor, Bernardino Gata, afirmou à partida que a sua bancada “votaria favoravelmente, qualquer moção sobre esta matéria, viesse de que partido viesse”. Para o deputado “esta é uma “questão civilizacional”.
O CDS-PP votou favoravelmente e apresentou uma moção de pesar por “todas as vítimas deste crime no país e em especial no concelho”. Assunção Vaz Patto disse na sua intervenção que a autarquia deve envidar todos os “esforços para ajudar as vítimas, punir os agressores e prevenir junto dos mais jovens”. A moção de protesto foi aprovada por unanimidade.