A Covilhã continua na rota do maior radiotelescópio do mundo, que irá gerar por segundo, uma maior quantidade de dados que toda a Internet, e parte desses dados poderão ser armazenados no Data Center da Covilhã.
Foi esta manhã formalizada a constituição do “Observatório SKA”, em Roma. Manuel Heitor, Ministro da Ciência e Tecnologia, assinou por Portugal, que é um dos 7 países que entra no Consórcio Internacional como membro fundador. Fazem parte ainda deste grupo de países a China, África do Sul, Austrália, Reino Unido, Holanda e Itália. Um tratado da maior importância disse à Rádio Covilhã Domingos Barbosa, coordenador do SKA Portugal, que “prevê a construção mais poderoso radiotelescópio de sempre”.
A parte visível do projeto, as antenas, que irão constituir o “poderosíssimo radiotelescópio ficarão instaladas na África do Sul e Austrália”, avança ainda o responsável pelo projeto em Portugal, os restantes países membros, “irão receber e processar a informação colossal gerada, o equivalente a várias centenas de milhões de PCs portáteis”. Portugal irá receber 1 a 2% desses dados e “parte deles poderão ficar na Covilhã, uma vez que o “Data Center está mapeado, nas infraestruturas digitais europeias, como um dos centros de dados para albergar e curar esses dados”, salienta o coordenador.
O projeto global está orçado em cerca de 700 milhões de euros, a construção tem início marcado para 2020, com um prazo de execução de 5 anos.
Na prática, explica Domingos Barbosa, o que muda com este super radiotelescópio, é que, ao invés de ser apontado para um estrela ou um planeta específico, permite mapear ao mesmo tempo todo o céu do hemisfério sul. “Será capaz de mapear cerca de um bilião de galáxias e detetar um planeta com condições de vida num raio de cerca de 50 a 100 anos-luz da terra”, sustenta Domingos Barbosa, acrescentando que, permitirá detetar “qualquer civilização extraterrestre inteligente na vizinhança da via láctea, bem como todos os buracos negros”. Em suma “se houver extraterrestres serão apanhados”.
Com o tratado, assinado esta terça-feira, o projeto “é irreversível”, explica Domingos Barbosa que considera este “um dia histórico para a ciência”.