O Sindicato Têxtil da Beira Baixa (STBB) reivindica 650 euros de salário mínimo para o setor do têxtil, vestuário e calçado, 50 euros de aumento mínimo para todos os trabalhadores e 4 euros de subsídio de alimentação.
As reivindicações têm por base a valorização do trabalho e das carreiras, explicou a presidente do sindicato, Marisa Tavares, em conferência de imprensa.
Para a sindicalista, “esta é uma reivindicação mais do que justa”. Explicou ainda que “há muitos anos que não há aumento do subsídio de refeição”, que se situa nos 2,40 euros no setor do vestuário e 2,35 euros nos lanifícios. Um aumento que o sindicato tenta negociar, mas “de ano para ano os patrões fogem a esta negociação”, frisou. A mesma denuncia ainda a “utilização do subsídio de refeição para discriminar trabalhadores”, uma “prática de muitas empresas”, algo considerou “no mínimo inaceitável”.
Para Marisa Tavares, “as empresas têm de perceber que não é com os salários praticados que motivam os trabalhadores”, afirmando que são um setor de “trabalho máximo, com máxima qualidade, mas que continua agarrado ao salário mínimo”. Exige uma alteração deste quadro “de uma vez por todas”, pois só assim se “irá atrair jovens”, afirmou. Especificou que no setor de vestuário, a “diferenciação das carreiras não existe”, foi algo que se perdeu no tempo, “e é preciso fazer alterações também nesta matéria”.
O sindicato vai “tentar reunir com as empresas, para perceberem as exigências que estão a ser feitas”, acrescentando que está a ser elaborado um caderno reivindicativo para cada uma e “exigem uma resposta”. Se esta não chegar afirma que “partirão para outras formas de luta”.
O STBB abrange um universo de duas dezenas de empresas dos setores dos lanifícios e do vestuário, em que “cerca de 80% dos funcionários recebe o salário mínimo nacional”, frisou a sindicalista.