A oposição na última Assembleia Municipal da Covilhã criticou duramente o sistema de mobilidade que a autarquia pretende implementar na Covilhã.
CDU, PSD e De Novo Covilhã apontaram falhas a um sistema que afirmam “está longe de ser benéfico”.
Vítor Reis Silva (CDU) afirma que a “autarquia, com o voto favorável do CDS, pretende privatizar toda a mobilidade na Covilhã”, considerando que era preferível “mudar o paradigma, criando uma empresa municipal” para o efeito. O líder da bancada comunista alerta que “pelo menos se utilizem veículos elétricos e adaptados à cidade na que considera “PPP dos transportes na Covilhã”. Reis Silva deixou ainda a ideia de criar carreiras, aos fins-de-semana, para as freguesias rurais e alargar a gratuitidade dos passes dos alunos do 12º a todo o concelho e não só aos da grande Covilhã, medida que “põe em causa o princípio da igualdade”, apontou.
A CDU mostrou-se contra o que considerou a privatização do silo auto da Praça do Município e o pagamento de estacionamento à superfície, afirmando que a “revitalização do comércio tradicional não se coaduna com estacionamento pago”. Criticaram ainda a opção de arrendamento do silo do Sporting.
Marco Aurélio (PSD) apontou o arrendamento do silo do Sporting como um dos erros do plano. Para a bancada laranja na Assembleia Municipal, “com os juros e spreads baixos a autarquia deveria ter comprado”, até para “manter a coerência com o passado”, uma vez que, Vítor Pereira “chumbou a opção arrendamento” no caso da ParqueC por a “considerar onerosa”. “Uma dualidade de critérios que não se entende” afirmou o PSD.
Para Marco Aurélio o plano de mobilidade deve ser pensado “com rigor e detalhe” para “respeitar o património histórico” o que não acontece na Covilhã. Deu como exemplo o posto de carregamento para bicicletas elétricas instalado frente à Capela do Calvário, numa das entradas das Muralhas da cidade, e que considerou “um atentado ao património”.
O deputado do PSD lembrou ainda que a Covilhã continua sem um posto de carregamento público para veículos elétricos.
Para o PSD há situações inexplicáveis neste plano, entre elas o facto de a autarquia ter deixado terminar a “concessão de transportes, sem ter negociado com tempo, e a tempo, uma nova”, acrescentando que “a Covilhã está sujeita a precariedade” ao nível de transportes públicos, uma vez que “tem em vigor um contrato de prestação de serviços”, acusou.
Para o Movimento De Novo Covilhã para implementar um plano desta natureza, era necessário que previamente tivesse havido estudos sobre a matéria e questionou se “foram realizados, quais as opções tomadas, se os estudos foram feitos só para a cidade ou para todo o concelho”.
Críticas a que Vítor Pereira respondeu, pedindo “calma e tranquilidade”. O presidente da Câmara considera que “há alturas em todos são especialistas em todas as artes, e em emitir juízo antes das obras estarem concluídas”.
Relativamente à defesa do património o presidente da Câmara garantiu que todos os aspetos foram acautelados e que a Direção Geral da Cultura do Centro emitiu parecer favorável à “Rede Ciclável” garantindo que “no final, o impacto visual das estações de carregamento não será o mesmo desta altura em que estão ainda em obras”.
Sobre o posto de carregamento para automóveis elétricos o autarca relembrou que “há dois anos o município aderiu ao Programa Nacional da Mobilidade Elétrica e aguarda que o posto seja instalado”. Frisou que “é preciso aguardar sobre o final das obras” para instalação das ciclovias e “no final testar se o programa foi ou não bem feito”.
Em relação ao sistema global de mobilidade para a cidade explicou que “em breve virão à cidade os especialistas que elaboraram o plano” para debaterem todos os pormenores.