Bairro do Património: Moradores contestam solução proposta pela autarquia

A reunião pública da Câmara da Covilhã foi o palco escolhido para nova onda de contestação dos moradores do Bairro do Património. A solução proposta pela Câmara, a assinatura de uma escritura em que fica consignado o uso das casas até á morte do detentor desse direito, não satisfaz os moradores que mostraram “preocupação” com os seus sucessores.

Maria Helena Lucas, uma das moradoras presentes, questiona “o que acontecerá ao marido e filhos menores, caso algo lhe aconteça”. Uma situação que não é só dela uma vez que, frisou, “todos os moradores têm família” e querem que no futuro usufruam de uma casa que “com tanto sacrifício mantiveram”.

Maria Alice Peixeiro, para além de considerar “uma injustiça” o que se está a fazer com “os moradores” contesta também a legalidade “da escritura por usucapião realizada pela diocese, para legalizar a doação que tinha sido feita de boca”.

Maria Alice Peixeiro afirma que essa escritura “é baseada em declarações falsas, a diocese nunca pagou água nem luz, como afirmaram nesse documento”, acusou.

Numa conversa longa com os vários moradores presentes, o presidente da Câmara voltou a explicar que “esta foi a melhor solução encontrada pelo município”, uma vez que “a diocese não condicionou a doação aos sucessores”, como deveria ter feito. Uma situação que o autarca “lamenta” pois resolveria “o problema da família dos moradores”, frisou.

Alegando que não quer entrar em polémicas sobre “quem disse ou não verdade”, Vítor Pereira reitera que esta “é uma situação de difícil resolução” e que com a solução proposta pela autarquia fica para já “resolvida a situação dos atuais moradores”. Quanto aos sucessores, sem se querer comprometer com soluções definitivas, esclareceu que irá “tentar encontrar uma solução, pelo menos para a primeira geração”, alertando no entanto que “estão a analisar a situação para ver se do pinto de vista jurídico será possível”.

Vítor Pereira garante que “esta não foi a última conversa sobre a matéria” prometendo reunir com os moradores “quando tiver mais dados sobre o assunto”