O grupo parlamentar do PCP avançou com um projeto de resolução com vista à abolição das portagens, em toda a extensão, da A23, anunciou o partido em comunicado.
No documento os 10 deputados do PCP sublinham que “a não aplicação de portagens nas chamadas Scut foi sempre justificada com a necessidade de compensar as regiões do interior do país com medidas de discriminação positiva tendo em conta as manifestas assimetrias regionais existentes”, um objetivo que foi “contrariado” com a introdução dos pagamentos, o que “constitui mais um elemento de discriminação e negativo para o interior”, frisa o documento.
Para o grupo parlamentar do PCP a “introdução de portagens na A23 tem tido consequências profundamente negativas para as populações e para o tecido económico da região”, considerando que se trata de uma “dupla discriminação” sublinhando que as portagens “oneram de uma forma desproporcionada e injusta as populações e as empresas dos distritos de Santarém, Portalegre, Castelo Branco e Guarda, em que muitas delas chegam a pagar mais de portagens do que de IRC”.
Os comunistas sustentam ainda que “não se compreende o facto de o custo por quilómetro de circulação na A23 ser superior, por exemplo ao da A1” afirmando que “não há nenhuma racionalidade”.
Contas feitas, lê-se no documento “quem resida na Covilhã e trabalhe em Castelo Branco e vice-versa, só em portagens são 116 euros, o que corresponde a cerca de 20% do salário médio”
Às questões financeiras soma-se o facto de não haver “alternativas à A23, em diversos troços, a A23 foi construída sobre os anteriores itinerários tornando inevitável a sua utilização”, especifica ainda o documento.
Neste âmbito, os deputados do PCP propõem que a Assembleia da República adote esta resolução que recomenda ao Governo a abolição da cobrança de taxas de portagem em toda a extensão da A23.