“Dos grandes obstáculos nascem a força e a vontade de os superar. Os portugueses, quando chamados a lutar por si e pelos seus, nunca desapontaram e, perante um novo inimigo comum, as soluções urgem e os esforços unem-se”.
Segundo o manifesto publicado na plataforma foi assim que nasceu o movimento #tech4COVID19, que “começou pelos líderes da comunidade Tech portuguesa que se juntaram num grupo de Whatsapp”, explica Miguel Casteleiro, covilhanense que é coordenador da área Material para Serviços Hospitalares. Quando Miguel Casteleiro se juntou ao grupo eram cerca de 150 pessoas, sendo que, atualmente, entre médicos, cientistas, engenheiros, já são mais de 4300.
Na plataforma estão juntos engenheiros, cientistas, designers, marketeers, profissionais de saúde, entre muitas outras especialidades, que “procuram ser mais rápidos que o vírus” trabalhando “as 24 horas do dia em soluções para mitigar a pandemia”.
Até ao momento há 40 projetos ativos que passam por acelerar a compra de material hospitalar, melhorar o rastreamento de redes de contágio, facilitar video-chamadas entre médicos e doentes, criar uma rede de suporte a profissionais de saúde deslocados, apoio no ensino à distância, entre muitos outros, explica Miguel Casteleiro, acrescentando que atualmente já têm mais de 1800 quartos disponíveis para profissionais de saúde.
O covilhanense está na equipa de coordenação da área de Material Hospitalar, cujo objectivo é procurar, validar e comprar equipamentos de proteção individual (EPIs), ventiladores e testes de diagnóstico para o Covid-19 . “Um dos maiores projetos dentro do movimento, com 200 pessoas a trabalhar neste equipa”, explica Miguel Casteleiro, adiantando que a equipa “tem 5 diferentes planos de ação e garante o cumprimento de toda a cadeia de valor”. A equipa faz o levantamento das necessidades do hospital, procura onde pode comprar o material, faz um controlo de qualidade e depois distribui pelas Administrações Regionais de Saúde que posteriormente distribui pelos Hospitais.
Até ao momento a Tech4COVID19 já angariou cerca de 150 mil euros que já foram gastos em material hospitalar, tem 1800 quartos disponíveis para profissionais de saúde, 210 médicos em vídeo-consultas e entregou 58 mil máscaras, 140 mil luvas e 2 mil óculos de proteção às entidades de saúde. Para ajudar pode fazer um donativo na página do Tech4COVID19 ou juntar-se à iniciativa na plataforma Slack.
Para além de Miguel Casteleiro, há “pelo menos” mais um covilhanense na equipa do Tech4COVID19, Diogo Almeida que está na coordenação dos eventos públicos, cujo objetivo é “criação de uma agenda diária de eventos, curada por uma equipa multidisciplinar e concretizados em direto por meios exclusivamente digitais. Pretende-se, também, que reúna vários temas, não só relacionados com o COVID19, mas também com arte, tecnologia, educação, musica, negócios, investigação entre outros”.
Miguel Casteleiro espera que mais covilhanenses o possam contactar para “pensar em soluções próprias para a região”.
Numa mensagem pública dirigida aos voluntários do movimento tech4COVID19, o presidente da República, Marcelo Rebelo de Sousa, elogiou o trabalho desta “força em movimento que serve os portugueses e serve Portugal” e cujo trabalho considerou “essencial”.