Com espetáculos e eventos criados, e pensados, tendo em conta “as pessoas”, celebrar 20 anos afastado do público, é o mesmo que dizer que a companhia de teatro covilhanense está a celebrar 20 anos, “na pior altura possível”, diz o presidente da ASTA, Associação de Teatro e Outras Artes, Sérgio Novo.
Apesar de “compreender a situação”, é com alguma mágoa que reconhece que “não é possível fazer nada, nós trabalhamos para pessoas”, e mesmo pensando na “componente on-line, no nosso caso, nunca será a mesma coisa”, vinca.
Ainda assim, refere que “a melhor forma de celebração é estarmos cá e estarmos vivos”, frisando que nesta matéria “o povo português respondeu bem”, o que também pensar “em mais vinte anos”. Apesar da nota de esperança, não esconde alguma tristeza ao referir que “as atividades que tínhamos preparado para as comemorações eram importantes, mas dadas as circunstâncias nem um jantar se fez”, lamenta, para logo em seguida relembrar que “muitos jantares hão-se ser feitos”.
Já sobre as atividades previstas para este ano, a companhia espera ainda poder realizar, no último trimestre do ano, o Festival de Teatro Universitário da Beira Interior, que estava agendado para março e que foi cancelado. Em aberto está também a realização, em setembro ou outubro do festival Contradança, adianta Sérgio Novo.
Já o novo evento programado para julho, Festival Portas do Sol, que pretende ser um festival de teatro de rua, “tem programa fechado, imagem definida e pronta a sair para divulgação”, mas falta saber “se a evolução da pandemia vai deixar que se realize”. “Incógnita, é, nesta matéria a palavra de ordem”, vinca o responsável.
Um final de ano com muitas interrogações, na espectativa de que a pandemia permita que os espetáculos voltem, tanto em Portugal como no estrangeiro onde a ASTA desenvolve diversas parcerias, nomeadamente em Itália, França e Espanha, onde espera regressar em breve, mas “é uma questão que tem que se equacionar em cada instante”. “Tudo o que definimos está a ser replaneado,” desabafa Sérgio Novo.
Estes são dias complicados para quem vive da proximidade do público, mas que não retiram a glória de 20 anos ao serviço do teatro e com “um balanço muito positivo”, disse ainda o responsável. “Desde o inico até hoje apresentámos as nossas criações no país e no estrangeiro, apresentámos projetos de investigação inovadores e só poderíamos fazer um balanço muito positivo”, conclui.