As “transferências cíclicas de verbas para o Parkurbis, Parque de Ciência e Tecnologia da Covilhã, têm que ter um fim”, defendeu o vereador do CDS–PP na última sexta-feira.
Em causa está a transferência de cerca de 75 mil euros para equilíbrio de contas de 2019, cujo despacho de autorização esteve presenta na reunião privada do executivo para ratificação e que Vítor Pereira afirma que resultam de “encargos com empréstimos bancários para construção dos edifícios”.
Adolfo Mesquita Nunes, na habitual conversa com os jornalistas no final da reunião de câmara, considerou que o Parkurbis tem que se “adaptar ao orçamento que tem, reestruturando-se” e sustentou que “a camara não pode estar permanentemente, para pagar salários da administração, a transferir verbas”. O vereador salienta ainda que “a verba transferida é superior à transferida para as freguesias, no contexto da pandemia”.
Para Mesquita Nunes os parceiros privados da Associação Parkurbis também deveriam “acompanhar estas transferências”, defendendo que “é preciso rever a estrutura orçamental e da administração”.
Para o presidente da Câmara estas críticas não passam de “confusão”. Explica que um parque de ciência e tecnologia “não visa o lucro”, tem por objetivo “apoiar as empresas que estão a nascer e precisam de afirmação”. Vítor Pereira salienta ainda que “para ter lucro as rendas cobradas às empresas seriam incomportáveis”.
Questionado se há aumento da verba transferida em relação a anos anteriores, o edil explica que “as verbas variam conforme o apoio que presta às empresas”.
Por outro lado, vincou ainda o presidente, “não se pode omitir o facto de que anualmente o Parkurbis paga um empréstimo de 225 mil euros” que resulta da construção dos edifícios. Se tal não acontecesse “não tinha um prejuízo desta monta” vincou Vítor Pereira.
Já sobre os parceiros privados “acompanharem as transferências” da autarquia, “é algo que não está na génese desta parceria” e “seria gravoso pedir esse pagamento, uma vez que são entidades e empresas que levam conhecimento e prestigiam o Parque”, explicando que “se estão a ajudar-nos não faz sentido que ainda pagassem”.