Faleceu ontem à noite, aos 88 anos, em São Paulo (Brasil), o engenheiro, poeta, escritor e artista plástico covilhanense Ernesto Manuel de Melo e Castro, anunciou a filha Eugénia de Melo e Castro nas suas redes sociais.
E.M de Melo e Castro (nome literário) foi uma figura marcante na emergência da poesia experimental portuguesa que nasceu na Covilhã em 1932. Estudou Medicina, mas acabou por formar-se em Engenharia Têxtil em Inglaterra. Regressou a Portugal em 1956 e foi professor no ensino técnico.
Em 1960 publicou o primeiro livro de poemas, ‘Entre o Som e o Sul’. Destacou-se como um pioneiro da Poesia Visual em Portugal com a obra Magnun Opus Ideogramas lançada em 1962 que reúne 29 poemas concretos sem qualquer introdução.
Em 1977 participou na ‘Alternativa Zero’, exposição organizada por Ernesto de Sousa que se tornou uma referência para a arte contemporânea. Nos anos 80 foi também pioneiro na aplicação do vídeo e do computador à poesia.
Em 2017 foi distinguido como Comendador da Ordem do Infante D. Henrique.
A sua última obra, Poemas do É, foi publicada no Brasil em 2012.