A Transdev vai receber 735 mil euros pelo serviço de transportes públicos na Covilhã, num contrato de meio ano. A bilhética (bilhetes e passes) cobrada vai reverter para a Câmara Municipal. São as linhas gerais do contrato assinado entre as partes e que na sexta-feira foi dado a conhecer na reunião privada do executivo.
Adolfo Mesquita Nunes (CDS) considerou o valor “desproporcional”, se comparado com o que está previsto no concurso de mobilidade que está a decorrer e que prevê 800 mil euros por ano.
Para além desta crítica o vereador considera que a Câmara “estará sempre numa situação frágil” enquanto “não fechar o contrato de concessão” e por isso “instou a autarquia a terminar o mais rapidamente possível o concurso”. O vereador centrista considera ainda que, deve “olhar para o modelo de concessão que está previsto e ver se está adequado tendo em conta a realidade pandémica em que nos encontramos”, referiu.
No que toca a valores, Vítor Pereira explica que “não se pode comparar contratos de prestação de serviços com concessões”, tal como não se podem “comparar valores antes da pandemia e durante a pandemia”, frisou.
O autarca considera que o dossier transportes está intimamente ligado ao período pandémico que se vive, e não “aceita lições do senhor vereador de como defender o interesse público”, frisando que a câmara “tem bons consultores neste domínio”, e está “a fazer todos os ajustamentos que têm que ser feitos para tudo corra com a maior normalidade possível”.
O presidente da Câmara referiu ainda aos jornalista que face à quebra “drástica na procura nos transportes”, a opção foi o município contratar o serviço, e ficar com o resultado da venda de bilhetes porque nenhuma empresa quer correr riscos.
Vítor Pereira explica ainda que neste processo o objetivo é assegurar transporte “cómodo, seguro e consentâneo com as possibilidades económicas do público”.
O autarca não poupa críticas à anterior concessionária, a Covibus, afirmando que esta pretendeu que a Câmara “ficasse num beco sem saída”. Explica que “até final de junho havia a espectativa de que continuasse, com valores idênticos aos do ano anterior e no final de julho desdisse e apresentou números escandalosos para continuar”.
Vítor Pereira não tem dúvidas que a empresa “quis indisponibilizar-se para continuar ou extorquir valores que eram inadmissíveis”.
Uma situação que levou a Câmara a ir para o terreno e “com muito trabalho” conseguiu este contrato com “as mesmas linhas, os mesmos horários e salvaguardando os interesses dos trabalhadores” o que também é de salientar”, referiu.
Quanto ao concurso público internacional para a mobilidade na Covilhã, Vítor Pereira diz que está a decorrer dentro da normalidade.