A Câmara Municipal da Covilhã aprovou esta sexta-feira, na reunião privada do executivo, o orçamento para 2021 com um valor global de 48 milhões de euros, mais cerca de 1 milhão que no ano passado. Um orçamento “realista”, disse o presidente da Câmara aos jornalistas no final da reunião.
O autarca destaca nas previsões da receita para o próximo ano o facto de cerca de 75%, 36 milhões de euros, serem provenientes de receitas correntes, como os impostos municipais que representam cerca de 20% desta receita, e os restantes 25% de receitas de capital. No orçamento da despesa, cerca de 60% é despesa corrente, explica o edil.
Nas grandes opções do plano, estão as obras decorrentes do PEDU, Plano de Estratégico de Desenvolvimento Urbano, e do Pacto da CIM, bem como as obras que foram consensualizadas com os presidentes de junta, frisa o autarca.
De entre essas obras destaque para o Centro de Inovação Cultural que deverá estar concluído no final de janeiro, frisa o presidente, que realça ainda obras a realizar na rede viária do concelho. Serão prioridades “as entradas no território do concelho, seja junto à Pampilhosa da Serra seja em Peraboa”, e o “troço Teixoso/Canhoso do eixo TCT” bem como a conclusão da “estrada da corda do rio”, referiu.
O presidente afirma que este é um orçamento “realista e nada empolado”. Vítor Pereira realça ainda a área social que “merece uma atenção especial”, para fazer face aos efeitos colaterais da pandemia e às dificuldades acrescidas que trouxe a empresas e famílias, frisando que “há uma almofada” para fazer face “a dificuldades que venham a surgir”, sem especificar qual é esse valor.
A oposição, que participou na reunião por videoconferência, votou contra a proposta de orçamento. No final, à comunicação social, Carlos Pinto, vereador do movimento De Novo Covilhã, disse que “este orçamento é um mero documento técnico que não tem qualquer explanação sobre o que vai ser a vida do concelho no próximo ano”, acrescentando que “não traz nada de novo, não aponta qualquer caminho, novidade ou iniciativa”, frisou.
O vereador diz mesmo que o orçamento é “preocupante”, destacando, por exemplo, as despesas com pessoal que passam de 7,3 milhões em 2018 para 13,5 milhões em 2021, pela ação da transferência de competências na educação, e que “vão obrigar a que haja menos investimento”, disse. Para Carlos Pinto este orçamento “é a antecipação do 8º ano desta câmara e que não trará nada de novo”.
Adolfo Mesquita Nunes, do CDS-PP, justifica o seu voto contra com o facto de este orçamento “apenas conter atualizações dos documento do último ano”, sendo por isso um “orçamento ordinário para fazer face a um ano extraordinário”. Frisa que 2021 trará dificuldades acrescidas e é preciso respostas “seja do ponto de vista social, seja do ponto de vista do apoio às empresas”, vincando que o orçamento “não tem qualquer resposta para a crise económica posterior à pandemia que se está a atravessar”, disse.
Mesquita Nunes frisa que os documentos “contêm apenas meras atualizações dos valores do ano passado em rubricas como a ação social”, quando estamos perante “a maior crise que a economia já viveu”.
Os documentos seguem agora para discussão na Assembleia Municipal, que ainda não tem data para reunir.