Ordem dos Médicos do Centro pede a jovens clínicos que exijam igualdade na Beira Interior

O presidente da secção regional do Centro da Ordem dos Médicos pede aos novos médicos que não permitam “que se estabeleça qualquer tipo de diferenças” no tratamento a doentes.

O apelo vai ser deixado na terça-feira, durante o Juramento de Hipócrates, que, pela primeira vez, será feito online e juntará entre 300 e 400 médicos formados na Universidade de Coimbra e na Universidade da Beira Interior e respetivos familiares.

O presidente da secção regional do Centro da Ordem dos Médicos vai pedir aos novos médicos que não permitam que haja “uma população de primeira e outra de segunda”, independentemente do hospital em que estejam a ser tratados.

“Por os doentes estarem na Guarda, na Covilhã ou em Castelo Branco não têm menos direito à saúde do que aqueles que estão em Coimbra, em Viseu ou em Aveiro. Os direitos são exatamente os mesmos e os médicos têm de os fomentar”, disse Carlos Cortes à agência Lusa.

Para Carlos Cortes, tem também de haver “uma consciência cívica dos médicos na sua participação no sistema de saúde”.

O médico adiantou que, no seu discurso, vai dizer aos novos médicos que, “independentemente de onde estão a exercer, não podem permitir que se estabeleça qualquer tipo de diferenças, sejam as que têm a ver com o sexo ou as orientações religiosas, seja com as diferenças geográficas”.

“Lamentamos que na região Centro, nos últimos anos, tenha havido uma desvalorização de alguns hospitais, fundamentalmente dos da Guarda e de Castelo Branco, que têm sido completamente esquecidos”, afirmou Carlos Cortes, exemplificando com atrasos nas nomeações para os conselhos de administração, a perda de valências e a falta de colocação de profissionais.

Na sua opinião, “isso demonstra bem que o poder político desvaloriza as populações do interior”, mas “os médicos não querem acompanhar esta desvalorização”.

(Foto arquivo, Juramento Hipócrates 2018, UBI)