A Comunidade Intermunicipal das Beiras e Serra da Estrela considera que as medidas constantes do Plano de Recuperação e Resiliência assentam “num modelo de desenvolvimento antagónico ao referencial das boas práticas de política regional e coesão territorial” e a manter-se será “uma oportunidade perdida”
A CIM-BSE critica o facto de, “na larga maioria”, as opções de financiamento propostas “beneficiarem os territórios de maior densidade populacional, com inequívoco prejuízo dos territórios de baixa densidade” ignorando “as prioridades e os projetos apresentados, em tempo devido”, pela CIM-BSE, para que o “seu território pudesse recuperar de décadas de desinvestimento”, escreve em comunicado.
“A concretizar-se a proposta de Plano apresentado, esta será uma oportunidade perdida”, lê-se no documento. A CIM BSE vinca que pretende “ver considerados” “projetos prioritários” como a “Internet em todo o território” para que haja “acesso a internet de banda larga em todas as localizações, urbanas, rurais e mais remotas do território”, fazendo uso de um sistema de antenas com um montante de investimento (estimativa) previsto de 60 Milhões de euros.
Como prioridade 2 a CIM aponta o projeto de “Regadios e Rios e Barragens/Albufeiras” com a previsão de expansão e interligação dos regadios existentes bem como a construção de novos regadios, para efeitos de reforço da capacidade de armazenamento e transporte de água.
Pretende ainda a expansão das áreas protegidas e a criação de um Fundo Regional de investimento para atracão de investimento direto estrangeiro; de projetos industrias de grande dimensão empregadora e o fomento de empreendedorismo tecnológico.
A criação de Eco-Parques industriais, criando “áreas industriais verdes e autos suficientes em matéria de produção e consumo de energias verdes”, é outra das propostas.
A criação de uma rede de transportes a pedido com veículos eléctricos é outra das prioridades definidas pela CIM-BSE,
A CIM BSE pretende ainda ver consideradas e contempladas as componentes associadas a infraestruturas físicas em termos de vias rodoviárias, “uma Rede de infraestruturas indispensáveis, de acordo com o preconizado no Plano de Mobilidade elaborado pela CIM das Beiras e Serra da Estrela, em que esta comunidade identifica ainda como necessárias duas modalidades de intervencão com investimento, em dois níveis de acessibilidades, especificando que pretende a rede Intra-CIM e a Iter-Comunidades.
O presidente do Conselho Intermunicipal da CIM, Luís Tadeu, e o Secretário Executivo, António Miraldes, que assinam o documento, sustentam que “não sendo atendidas as propostas e os projetos apresentados por esta CIM, não pode a mesma formular outro juízo que não seja o de não se rever no plano apresentado, e lamentar a oportunidade perdida para serem alocadas verbas destinadas à coesão territorial, indutoras de uma maior convergência social, económica e ambiental, que este Plano deveria mobilizar, para assegurar uma justa e equilibrada distribuição de fundos públicos Europeus , pensados e atribuídos para promover uma recuperação sustentável dos territórios no espaço Europeu, seguindo uma verdadeira lógica de especialização inteligente, que possa concretizar uma real recuperação do país e torna-lo cada vez mais resiliente”.
A CIM-BSE Integra 15 municípios, nomeadamente Almeida, Belmonte, Celorico da Beira, Covilhã, Figueira de Castelo Rodrigo, Fornos de Algodres, Fundão, Guarda, Gouveia, Manteigas, Meda, Pinhel, Seia, Sabugal e Trancoso.