O protocolo celebrado entre o Município da Covilhã e a Fundação INATEL, para utilização do pavilhão desportivo, foi aprovado pela maioria dos eleitos na Assembleia Municipal da Covilhã, mas o processo sofreu duras críticas da oposição.
Marco Aurélio Silva, eleito pelo PSD, fez uma retrospetiva do processo, que se arrastou ao longo de sete anos, para concluir que após avanços e recuos “não se pode dar crédito” ao executivo, ficando-se com “a impressão que não têm noção do que dizem e desdizem”, afirmando que “tentam ludibriar os covilhanenses desta forma”. Afirma que “o protocolo é eleitoral” e que “vai por a câmara a tomar conta de um pavilhão paliativo”.
O CDS considera que há “necessidade de um pavilhão municipal”, mas poderia “ponderar-se outras alternativas”, acrescentando que “com o assumir de competências na área da educação” há pavilhões em escolas que ficam sob a alçada da Câmara, e estes “poderiam ficar ao dispor da população”, disse João Vasco Caldeira.
Ainda assim o CDS optou pela abstenção por “esta ser a solução menos má”, pois o protocolo “não é vantajoso para o município”, afirmou o centrista.
O movimento independente De Novo Covilhã considerou “desvantajoso” o protocolo e votou contra.
Luís Fiadeiro destacou como aspetos negativos o facto de a Fundação Inatel ter “um teto máximo para a comparticipação das obras de 100 mil euros” e a Câmara pagar o valor mensal de 1.661 euros, bem como a cedência ser por apenas 15 anos. Considera “elevado o montante e exíguo o prazo”, sustentando que que mesmo “suprimindo uma necessidade dos cidadãos” o protocolo “não pode merecer aprovação”.
O PCP usou o termo “razoabilidade” para falar sobre esta operação. Vítor Reis Silva frisa que “sendo este um equipamento degradado”, não vê “mal na sua recuperação”, disse. Sustenta ainda que o pagamento da renda e o período de 15 anos pode ser “questionável”, mas na “gestão muitas vezes faz-se o possível e não o que se deseja”, justificou.
Vítor Reis Silva frisou que “este protocolo não pode no entanto substituir a intenção de construir um verdadeiro pavilhão multiusos municipal”, afirmando que “foi pena que no passado outros executivos tenham construído pavilhões em locais onde a sua taxa de utilização é muito baixa”, destacou.
“É preciso descaramento para, depois de resolvido o problema, vir a esta tribuna alguém que é de um partido que governou durante 20 anos e não construiu o pavilhão, criticar por termos levado 7 anos a resolver”, respondeu Vítor Pereira.
O autarca frisa que o acordo é vantajoso para o município e o pavilhão servirá o seu propósito, ficando “moderno e bem localizado”, conseguindo assim “colmatar uma lacuna que outros, em 20 anos, não conseguiram”.
O protocolo foi aprovado com 21 votos a favor, 6 contra e 4 abstenções.
Recorde-se que o acordo prevê a cedência ao município por um período de 15 anos, renovável automaticamente por períodos idênticos e o pagamento de uma comparticipação mensal à Fundação INATEL de 1.661 euros.
As obras de requalificação, orçadas em 200 mil euros, serão comparticipadas em partes iguais pelas duas instituições.