“Visão estratégica” para o concelho aquece Assembleia Municipal da Covilhã

O momento mais quente das cerca de 7 horas de reunião da Assembleia Municipal (AM) da Covilhã foi protagonizado por Vítor Pereira, presidente da Câmara, e Vítor Reis Silva, líder da grupo parlamentar do PCP, e teve por base os investimentos captados para o concelho.

A troca de “galhardetes” foi sobre a “visão estratégica” para o concelho que o presidente defende como sua e que Reis Silva afirma ser dos privados.


No ponto dedicado à informação escrita do presidente da Câmara, e ao responder a questões dos eleitos, que por várias vezes referiram que “não há estratégia de futuro no executivo”, Vítor Pereira referiu que “contrariando os profetas da desgraça”, que afirmam que “não há empresas, que elas fogem”, na Covilhã “há investimentos de 30 milhões de euros, de 15 e 20 milhões, mas isso não tem importância nenhuma, é uma miríade” disse, frisando que o município “é o 7º, em 100 da região Centro, que melhor aproveita os fundos comunitários, mas isso não tem importância, não se tem visão estratégica”, ironizou.

Deu como exemplo da “estratégia para o futuro” as propostas que apresentou ao Plano de Recuperação e Resiliência, e concluiu que “não é por repetirem muitas vezes que não temos estratégia que as pessoas acreditam”, vincando que “não é por uma inverdade ser repetida muitas vezes que se torna verdade”.

Vítor Reis Silva recordou que não é a primeira vez que o presidente fala nos 30 milhões e “até dá impressão que são da câmara”. Contou que após ouvir esta afirmação foi pesquisar e afirma que “da parte da câmara são 7 milhões de investimento e 3 deles estão afetos às obras da Escola Frei Heitor Pinto”.

Reis Silva acusa o presidente de incluir investimentos da UBI, CHUCB e de empresas na “sua visão estratégica”.

O eleito do PCP desafiou Vítor Pereira a “explicitar” os vários investimentos, questionando se “há visão dos particulares ou do presidente da Câmara”. Para Reis Silva “é preciso dizer a verdade”, acusando o autarca de se “aproveitar do trabalho dos outros”, para dizer que “é a sua visão”.

É uma questão de contas, responde Vítor Pereira. “O senhor não é professor de matemática ou saberia fazer as contas de somar” vincou o edil, acrescentando que em próxima reunião lhe põe “à frente os papéis e terá que fazer as contas”, disse.

Vítor Pereia esclareceu ainda que ter visão estratégica é também “criar condições de atratibilidade para que os privados aqui invistam”, elencando condições de saúde, acessibilidade e ensino, por exemplo.