Os trabalhadores das Minas da Panasqueira irão entrar em greve a partir de dia 26 de abril até 8 de maio, duas horas por dia, visando melhores salários, melhores condições de trabalho, o exercício do direito à formação profissional certificada e à realização dos exames médicos periódicos, anuncia o Sindicato dos Trabalhadores da Indústria Mineira (STIM), em comunicado.
O STIM afirma, em comunicado enviado à RCC, que as propostas apresentadas pela Administração da empresa Beralt Tin and Wolfram Portugal, na reunião de 20 de abril, estão “muito longe de satisfazer minimamente as justas reivindicações dos trabalhadores”.
Em declarações à agência Lusa a Beralt Tin and Wolfram Portugal, diz que o STIM manteve “intransigente e incompreensivelmente” a exigência de um aumento do salário base de 50 euros mês por trabalhador (equivalente a 6,05%), valor a que a empresa garante não poder fazer face devido aos prejuízos acumulados.
A empresa afirma, ainda, que aumentou a sua proposta inicial, apesar das dificuldades, “o que concentrando tudo no salário base, representa um aumento de 1,6%”. Afirma, também, que irá reavaliar a situação entre finais de julho e início de agosto, salientando que a empresa apresenta prejuízos de 4,4 milhões de euros, devido a problemas provocados pela situação pandémica no setor.
No documento enviado pelo STIM, os sindicalistas referem que, “entretanto, para além dos novos investimentos que a empresa se prepara para fazer em novas explorações no norte do país, tomámos conhecimento que foi concluído um acordo de compra pelo Grupo Plansee de mais de 10 milhões e meio de acções ao Grupo Almonty no valor de 1,06 dólares cada uma, o que corresponde a um valor de 11 milhões 222 mil e 279 dólares, para além de outras garantias milionárias”.
No mesmo documento a STIM diz que a “Administração da empresa só não melhora as condições de vida e de trabalho dos trabalhadores porque não quer” e que “dinheiro é coisa que não falta e a satisfação das reivindicações dos trabalhadores para o grupo Almonty e para os novos acionistas, são apenas «trocos»”.
O sindicato manifesta a sua disponibilidade para reunir com a administração, para “resolver o conflito”, mas “até lá, a luta continua”.
Perante esta situação, o sindicato apresentou um pré-aviso de greve, para uma “paralisação de duas horas por dia, no final do turno da Equipa de Carregadores, e no início de cada turno, para os restantes trabalhadores, a partir das 07:00 do dia 26 de abril de 2021 e até às 15:00h do dia 8 de maio de 2021”. Durante esse período será ainda feita greve a todo o trabalho suplementar.