A Faculdade de Ciências da Saúde da UBI foi o palco para mais um encontro europeu dos Centros Académicos Clínicos, em que se debateu, entre outros, o trabalho em rede e a reflexão em torno da possibilidade de criação de uma associação na Europa destas estruturas.
O encontro foi promovido no âmbito da presidência Portuguesa do Conselho da União Europeia e vem no seguimento de uma primeira reunião do género que decorreu em fevereiro no Algarve.
Miguel Castelo Branco, que preside ao Centro Académico Clinico das Beiras, com sede na Faculdade de Ciências da Saúde da UBI, frisa que este encontro “é da maior importância”, principalmente pelo “tema escolhido” para debate e destaca o facto de este “acontecer num Centro Académico que se localiza fora das grandes cidades”.
Sustentando que estes centros “são muito recentes” em Portugal, refere que debater “a forma de pôr as universidades que têm cursos de saúde e fazem investigação em ciências biomédicas, em cooperação com as instituições de saúde que apoiam os cursos, é um debate extremamente importante”, vincando que esta “é a ideia que está por trás da criação dos centros académicos”.
Melhorar o processo de organização dos centros académicos, e a sua relação com as unidades de saúde, para colocar o conhecimento ao serviço das populações é o grande objetivo final dos encontros.
Dá como exemplo prático de benéfico direto para as populações do resultado da investigação, o caso as vacinas contra a Covid-19, e até mesmo o sistema de deteção da doença, que rapidamente foram colocados ao serviço da população graças ao conhecimento que já existia e que foi utilizado para outro fim, permitindo que o processo fosse mais rápido, explicou à nossa reportagem.
Miguel Castelo Branco destaca ainda que em Portugal há um longo caminho a percorrer, uma vez que “aqui há uma particularidade que outros países não têm”, explicando que a investigação dos Centros Académicos Clínicos é tutelada por um Ministério, o da Ciência Tecnologia e Ensino Superior e as unidades de saúde pelo Ministério da Saúde, o que torna a articulação “mais complexa”, e é nisso que se “está a trabalhar”. Frisa que “os Centros Académicos Clínicos, são consórcios que já integram também as unidades de saúde, para se tentar melhorar o processo de relação e de organização para se ter mais impacto no que realmente importa que é melhorar a qualidade de vida das pessoas”.