António Correia Saraiva, que faleceu esta manhã aos 74 anos, nas muitas instituições em que colaborou, não deixou ninguém indiferente. Desde a Rádio Clube da Covilhã, a que esteve ligado ao longo de toda a sua história, até ao Banco Alimentar Contra a Fome da Cova da Beira, todos vincam o exemplo de bondade e retidão.
Luís Fiadeiro, um dos primeiros presidentes da Rádio Clube da Covilhã, e que conviveu com Correia Saraiva durante alguns mandatos em que ambos integravam os órgãos sociais, não tem dúvidas que a “cidade e a região ficaram mais pobres” com a sua partida. “Foi aos desfavorecidos a quem ele mais se dedicou e mais ajudou, partiu uma excelente pessoa, um excelente cidadão que para além da muita estima pela família tinha sempre uma vocação altruísta” descreve com emoção, afirmando que “entre as pessoas que ele muito ajudou fica um sentimento de enorme saudade”.
João Casteleiro que presidiu à direção da Rádio Clube da Covilhã durante muitos anos e nesse período Correia Saraiva acompanhou-o em vários cargos na direção e em outros órgãos sociais, descreve-o como “um homem sempre disponível para tudo”. “Comunicava com ele diariamente, mesmo agora já no fim, era um amigo de toda a gente”, afirma com emoção. Descreve “um homem bom”, que foi fundamental no “início da Rádio quando tínhamos grandes dificuldades, que nos obrigava a um trabalho intensivo e diário e ele estava sempre disponível”.
“Era um homem solidário, que se dedicava à sociedade em geral e principalmente aos mais desfavorecidos. Basta ver os locais por onde passou”. “Se há homens bons, Correia Saraiva era um deles, pensava sempre primeiro nos outros. É com homens assim que construímos uma sociedade mais justa, só lamentamos que tenha partido tão prematuramente, fica aqui a nossa homenagem”, conclui o também diretor do Centro Hospitalar Universitário da Cova da Beira.
João Flores Casteleiro, que atualmente preside ao Conselho de Administração da Rádio Clube da Covilhã, diz que Correia Saraiva era “o exemplo maior” para os jovens que o acompanham na direção. “Uma das pessoas que mais fez pela RCC ao longo dos últimos 38 da sua história” afirma, frisando que ao longo dos tempos esteve sempre “nos melhores momentos e nos menos bons, nunca virando as costas”. João Flores Casteleiro vinca que a RCC “deve muito a Correia Saraiva”.
“A atual direção é constituída por jovens e ele era o exemplo maior, de como se deve estar nas instituições e na vida”. Uma “pessoa íntegra que dava sempre tudo de si sem esperar nada em troca”, descreve o jovem, frisando que mesmo doente e não o podendo fazer presencialmente dava sempre o seu apoio. Era “um grande amigo de todos nós”, conclui.
Paulo Pinheiro, fundador e presidente da direção do Banco Alimentar Contra a Fome da Cova da Beira destaca “a amizade desinteressada” de Correia Saraiva, “uma pessoa que facilmente ajudava os outros desinteressadamente”.
Vinca que “tem que agradecer” tudo o que lhe ensinou e explica que Correia Saraiva chegou ao Banco Alimentar um ano depois da sua fundação, “mas já era uma pessoa experiente e ensinou como ajudar melhor os outros, como conseguir que as coisas funcionassem melhor”. Agradece todo o “companheirismo. Ao longo de todos estes anos ele sempre foi o meu-vice presidente e vai ser muito difícil de o substituir”. Destaca também o espirito de sacrifício, porque mesmo doente, ainda há poucos dias, a preocupação era saber se estaria bem para ajudar na próxima campanha”, refere o dirigente com emoção, deixando “um muito obrigado e um até breve”.
O velório, reservado à família, decorre a partir das 08:00 de amanhã, no Centro Funerário da Agência Paraíso, na Covilhã. O funeral está marcado para as 16:30.