1º Encontro Covilhã Social: “Devemos todos incentivar a cultura do respeito pelo idoso”

“É necessário proteger os nossos idosos, dar-lhes cuidados de saúde, cuidando do seu bem-estar físico, psíquico e social e é necessário cuidarmos da prevenção pois tratam-se de pessoas que com o passar dos anos vão ficando mais débeis”, realçou João Casteleiro.

O presidente do Conselho de Administração do Centro Hospitalar Universitário da Cova da Beira (CHUCB) discursava na sessão de abertura do 1º Encontro Covilhã Social, que se realizou ontem, na Faculdade de Ciências da Saúde da UBI.


João Casteleiro disse que a pandemia veio acentuar uma problemática que já existia, “onde os nossos idosos foram o elo mais fraco”.

Vincou que “não há lugar para o humanismo numa sociedade onde os idosos não têm lugar, quando se abandonam nos hospitais e unidades de saúde ou quando os direitos humanos são ignorados e se maltratam e violentam os nossos idosos” e, por isso, espera que deste 1º Encontro “saía a certeza de que devemos todos incentivar a cultura do respeito pelo idoso”.

O presidente da Câmara Municipal da Covilhã, Vítor Pereira, relembrou a importância das entidades com ação social afirmando que “contribuem para aprofundar as relações sociais, fomentando a confiança necessária para o desenvolvimento de um sentimento de pertença nas nossas comunidades, com um impacto positivo nos nossos utentes, mas também na encomia local e criação de emprego”.

Vítor Pereira considera ser importante “a dinâmica de novos modelos de cooperação com as entidades da economia social e do setor privado” e frisou que “a conjugação de esforços sempre foi e será fundamental, algo que nos foi muito mais evidente em tempo de pandemia”.

Em representação do diretor executivo do ACES Cova da Beira, o presidente da Direção de Enfermagem, Carlos Martins, referiu que a melhoria da qualidade de vida à medida que as pessoas envelhecem “depende de cada um de nós, enquanto agentes da nossa própria saúde e também da sociedade como um todo, de forma a que sejam garantidas as oportunidades para tal”.

Carlos Martins acredita que este “é um território rico em respostas sociais e de grande qualidade para os nossos idosos” vincando que existe “dinamismo associativo das instituições locais, das múltiplas intervenções da promoção do envelhecimento ativo e saudável, bem como da procura em encontrar soluções sistemáticas para melhorar as condições dos mais fragilizados”.

O diretor do Centro Distrital da Segurança Social, Nuno Maia, também presente neste 1º Encontro Covilhã Social salientou que “o paradigma relativo ao funcionamento das respostas de acolhimento residencial para idosos terá de passar por uma profunda transformação, de modo a se adequar ao perfil do utente que hoje acolhe”.

Com cerca de 12 mil e 500 idosos a residir no concelho covilhanense, Nuno Maia disse ser “imprescindível debater os cuidados prestados pelas instituições”, reforçando que os utentes de “acolhimento residencial” não devem sentir “o processo de institucionalização como um fator negativo, mas sim como uma etapa do seu ciclo de vida, onde irão usufruir de condições para um envelhecimento ativo e saudável”.

Nuno Maia sublinhou ainda que o “acolhimento residencial de pessoas idosas, em contexto de pandemia, tem demonstrado que a saúde mental dos utentes, de uma forma geral, se tem agravado, devido à implementação das medidas de combate ao covid-19, que promovem o isolamento tanto no interior como no exterior da instituição”.

Na cerimónia de encerramento do evento a vereadora, com o pelouro da Ação Social na Câmara Municipal, Regina Gouveia, mostrou-se satisfeita com as ideias partilhadas e conclusões deste 1º Encontro, afirmando que a Covilhã deve ser “cada vez mais inclusiva, lugar onde mais pessoas possam ser mais felizes e, por isso, é um caminho que queremos trilhar, para uma Covilhã mais social”.

Regina Gouveia destacou que estiveram presentes “entidades que tiveram um papel fundamental na resistência à pandemia, a assegurar que pudéssemos sair muito menos magoados e garantindo ainda mais segurança quando mais vulneráveis ficaram as pessoas e as famílias”.

A vereadora da Câmara Municipal declarou ainda que “a Covilhã social se faz de todos” e por isso está na imagem desta iniciativa “a rede que temos que continuar a aperfeiçoar, a apertar esta malha”, reforçando que “a Covilhã Social é tecida por todos os que dão o melhor de si em prol dos outros”.