Portagens: Região mostra indignação com “artimanha” e exige 50% de desconto efetivo

Várias dezenas de populares, autarcas, candidatos autárquicos, utentes e empresários participaram esta sexta-feira, dia 23, numa assembleia cívica para mostrar “indignação” face “à artimanha” do Governo, que instituiu um desconto de 30%, ao invés dos 50% aprovados no Orçamento do Estado.

Durante a assembleia, na Praça do Município na Covilhã, em que vários elementos da Plataforma P’la Reposição das Scuts usaram da palavra, ouviram-se expressões como “artimanha, violação da lei, desfaçatez, falta de respeito e trabalho mal feito do Governo”.


“Ninguém gosta de ser enganado, a Plataforma também não gosta e por isso exigimos que haja uma revisão da portaria que saiu no último dia de junho e que seja operacionalizado o desconto para os veículos híbridos”, começou por exigir Luís Veiga. Disse que a Plataforma vai “manter a guerra e a luta” para, “até ao fim da legislatura” conseguir a abolição das portagens.

Uma intervenção que resume o espirito da iniciativa e a reivindicação da Plataforma. Descontos sucessivos até à abolição das Portagens na A23, A25 e sem esquecer a A24, frisaram os vários intervenientes.

Marco Gabriel, da Comissão de Utentes da A23, disse que a confusão gerada com estes descontos é de tal ordem que “faz lembrar Sérgio Godinho quando canta «é só assinar despachos e decretos para nos dar a nós analfabetos», disse, avisando no entanto que neste caso “não há analfabetos” e sabem o que reivindicar.

Zulmiro Almeida em representação dos utentes da A25 afirma que a Plataforma vai continuar a “pedalar” para “fazer frente a gente que não tem respeito pelo Interior, considerando que “esta manigância foi mais uma” mostra dessa atitude. À ministra da Coesão pede “respeito” e pede que nesta matéria “ponha a mão na consciência”, disse, afirmando que a Plataforma vai continuar “atuante”.

Ana Palmeira, da Associação Empresarial da Beira Baixa, reforça que “esta é uma luta de todos” e que preconiza a “verdadeira coesão” que existe entre os vários setores em torno do objetivo final, a abolição.

Luís Garra, o último a usar da palavra na Praça do Município na Covilhã, recordou as várias iniciativas da Plataforma que “mostraram que a vontade do Interior é inquebrável”, porque é fundamentada “em sentido de justiça”, uma vez que se reclama “a criação de condições para que aqui seja possível investir, trabalhar e viver”, disse.

No imediato é “preciso corrigir a portaria”, defendeu Garra, e desafiou o Governo a incluir, na proposta de Orçamento do Estado para 2022, a apresentar até outubro, “uma redução de 50% do valor em vigor em 31 de dezembro de 2021 e a isenção para residentes”.

De resto Luís Garra avisa que a Plataforma estará disponível para “realizar muitas ações”, para conseguir esse objetivo, sempre unidos e com a mesma bandeira. “Não voltaremos ao tempo do cada um por si”, vincou.