Vítor Pereira elege 5 desafios e “pisca olho” à Beira Baixa na tomada de posse

Teve lugar ao longo da manhã de hoje, dia de aniversário da elevação da Covilhã a cidade, a cerimónia protocolar de tomada de posse do executivo municipal e dos membros da Assembleia Municipal da Covilhã.

Na primeira intervenção enquanto presidente reeleito, Vítor Pereira elencou os “5 desafios” para “a Covilhã do futuro”, e afirmou que a Beira Baixa é o território natural da Cova da Beira.


Quanto aos desafios para este mandato, colocou à cabeça a “transição digital”, afirmando que “é preciso aproveitar as novas tecnologias para tornar os serviços camarários mais acessíveis, mais transparentes e mais amigos dos utentes”. O segundo desafio tem intimamente ligados a educação e o associativismo, colocou a conclusão da requalificação do parque escolar e do seu equipamento como prioritária, mas foi mais longe, afirmando que a educação é uma “tarefa de todos” e desafiou “os agrupamentos a mobilizarem-se para se colocarem entre os melhores a nível nacional”, instando o movimento associativo “a reajustar-se e a adaptar-se”, como fez no passado “para que a matemática, o português e uma língua estrangeira sejam os instrumentos base com que os covilhanenses estejam habilitados”, disse.

O terceiro desafio engloba a UBI, para em conjunto se encontrem os mecanismos para a criação de emprego. Uma tarefa a que “estão obrigados todos os eleitos na assembleia municipal, câmara e juntas”, para que os jovens que aqui estudaram e que são uma das gerações mais capacitadas de sempre, aqui se fixem.

O quarto desafio assenta na mobilidade do concelho que “tem que ser, e será, estruturalmente diferente”, com a Câmara a ter a “responsabilidade na criação de infraestruturas e na requalificação das existentes”.

O 5º ponto, sendo tão importante como os anteriores, “só resultará se os anteriores tiverem sucesso”, disse Vítor Pereira, afirmando que “é o desenvolvimento da solidariedade numa perspetiva de apoio e capacitação para os novos desafios”.

As relações com os concelhos vizinhos também estiveram presentes no discurso, num claro “piscar de olho” à Comunidade Intermunicipal da Beira Baixa, como no final explicou aos jornalistas.

Realçou no discurso que “os laços entre os 3 municípios da Cova da Beira são sólidos”, e vincou que a Beira Baixa “como região natural e unidade orgânica territorial historicamente criada no Sec. XIX, reclama a sua recomposição, pelo que é imperioso pôr termo ao seu desmembramento ultimado pela “mal atamancada” reforma administrativa de 2013, que redesenhou o mapa das associações de municípios, deslocalizando vários polos, como é o caso da Cova da Beira”, pelo que “o desafio da recomposição da Beira Baixa” pode ser o sexto desafio do mandato, disse.

Aos jornalistas especificou, já no final da longa sessão de cumprimentos, que “esta sua vontade, não é falta de apreço ou quebra de solidariedade política ou institucional aos municípios que integram a CIM-BSE”, especificando que “a Beira Baixa tem uma identidade própria, bem delineada e circunscrita e o decorrer dos tempos não veio dizer coisa diferente. Há uma homogeneidade, identidade e história”, disse Vítor Pereira.

Afirma que esta “é uma vontade que já expressou anteriormente”, e vinca que agora “é a altura de o fazer porque se está entre quadros comunitários”, mas tem “que se ser prudente e cumprir a lei, de forma paulatina”. Não coloca prazos, nem calendários mas garante que vai “de imediato” encetar conversações e também ouvir os elementos do executivo e da Assembleia Municipal, bem como com seus colegas presidentes de Câmara, afirmando que a esmagadora maioria dos que integram a CIM Beira Baixa concordam com a sua posição.

Pedro Farromba, que liderou a candidatura `à CMC da coligação “Juntos fazemos melhor”, disse aos jornalistas, no final de tomar posse como vereador, que sobre esta matéria “irá ouvir as propostas concretas do presidente para depois tomar uma posição, alertando que “este poderá não ser o timing certo uma vez que alguns dos fundos comunitários estão a ser negociados com as CIM”.

Sobre a oposição que fará na Covilhã, o vereador afirma que nestes próximos 4 anos irá honrar a opinião de quase 8 mil covilhanenses que votaram nas suas propostas, tendo uma voz crítica sobre o que não considerar correto, recordando que já durante a campanha se manifestou contra dossiers como as ciclovias, mobilidade, procura de empresas para o concelho e lacunas no turismo.

Tal como ditou o resultado das eleições de 26 de setembro, o executivo camarário é composto por 4 elementos do Partido Socialista (Vítor Pereira, José Armando Serra dos Reis, Regina Gouveia e José Miguel Oliveira) e 3 da coligação “Juntos fazemos Melhor” (Pedro Farromba, Ricardo Silva e Marta Alçada).